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23/10/2008 - 10h52

Paes comemora pesquisas com movimento estudantil

Da Redação
No Rio de Janeiro
O movimento estudantil trocou Fernando Gabeira (PV), ex-militante durante o regime militar, por Eduardo Paes (PMDB). Em um ato no Café Lamas, no Flamengo, ponto de encontro da esquerda carioca, nesta quarta-feira (22), o peemedebista comemorou a virada nas pesquisas da disputa pela Prefeitura do Rio e recebeu o apoio da UNE e da UEE-RJ, respectivamente uniões nacional e estadual dos estudantes.

O encontro foi organizado pelo deputado federal Leonardo Picciani (PMDB), filho do presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani (PMDB), que apóia Paes. A candidata derrotada do PCdoB, no primeiro turno, Jandira Feghali e lideranças históricas do movimento estudantil, como Vladimir Palmeira (PT), além do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB) e do ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior (PCdoB), ambos ex-presidentes da UNE, tentaram, a todo o momento, vincular as candidaturas de Gabeira ao prefeito Cesar Maia (DEM) e a de Paes, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com um adesivo colado na roupa no qual aparecia uma montagem com fotos de Gabeira, do prefeito, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador paulista José Serra sob a frase "O que é isso, companheiro? Gabeira não!", a presidente da UNE, Lúcia Stumpf, negou, entretanto, que a entidade apoiasse Paes.

"A UNE decidiu não apoiar nenhum candidato em cidade nenhuma do país, o que eu vim fazer aqui é dar meu apoio pessoal ao Eduardo", declarou Lúcia, que, como os últimos presidentes da UNE, é filiada ao PCdoB. No início da campanha, ela já havia polemizado com Gabeira, que criticou a entidade por ser "chapa-branca" e omissa nos casos de corrupção do Governo Lula. "Nós não nos sentimos rancorosos com o deputado Gabeira, porque achamos que aquela declaração de forma alguma nos atingiu, de modo que nós apoiássemos o outro candidato. É pelas mudanças nas bandeiras dele que a gente não teria condições de apoiar o deputado Gabeira", comentou Lúcia.

O deputado Aldo Rebelo e o ministro Orlando Silva foram embora antes da chegada de Paes, que atrasou cerca de duas horas. Perguntado se ele, como ex-líder estudantil, apoiava a candidatura do PMDB no Rio, Aldo não respondeu. Disse apenas que estava ali a convite de Vladimir Palmeira.

"Eu nunca vi o Gabeira no movimento estudantil. O que eu vejo é que, hoje, há duas candidaturas: uma de esquerda, representada pelo Eduardo Paes, que apóia o governo Lula, e uma de direita, apoiada pelo PSDB de Serra e pelo Clube Militar", declarou Palmeira, que não poupou críticas ao candidato do PV pelo encontro com militares, na segunda-feira (20).

Por sua vez, perguntado se a candidatura de Paes, pelo PMDB em coligação com o PP, que representa a direita ligada aos militares no Rio de Janeiro, representaria de fato a esquerda, Palmeira respondeu: "Daqui a pouco você vai dizer que o Lula é de direita, porque no governo Lula tem e já teve coisa pior! O que importa é que o PMDB apóia o governo Lula e que o PT está no governo Sérgio Cabral. Então, é natural que o PT venha apoiar o candidato do PMDB.

Nem a polêmica entre Gabeira e os sambistas que gravaram, em defesa dos subúrbios, para o programa eleitoral de Paes foi poupada pelos presentes. O jornalista Sérgio Cabral, pai do governador e estudioso da Música Popular Brasileira parafraseou Dorival Caymmi para dizer "quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé".

"Quem apóia o Gabeira é o pessoal do rock. O pessoal do samba apóia o Eduardo Paes, como eu sou do samba, estou muito feliz por apoiar o Eduardo Paes. Não estou nada feliz com a candidatura do Gabeira nem com as músicas que ele escolheu para fazer a campanha", justificou-se Cabral, que taxou o candidato do PV de udenista.

Paes assina compromisso com estudantes



O evento no Flamengo foi o terceiro a reunir Paes e estudantes, na última semana das eleições. Pela manhã, ele assinou um termo de compromisso com a implantação da meia-passagem para universitários e a criação da Fundação Municipal de Amparo à pesquisa, durante um encontro com estudantes da Universidade Castelo Branco, na zona oeste.

"As pesquisas dizem que os jovens apóiam o outro candidato, mas as lideranças que estão aqui representam a maioria da juventude do Rio de Janeiro", comentou Jandira Feghali.

Em seu discurso, após anunciar aos presentes que havia ultrapassado Gabeira na pesquisa do Datafolha divulgada naquela noite, Paes voltou a afirmar que vai "retirar o Rio de Janeiro do isolamento político" e que, ali, ele representa o campo político do presidente Lula.

"A população entendeu nossa mensagem e percebeu que a nossa candidatura tem propostas e vamos trabalhar com humildade até o último dia para vencer a eleição", comemorou Paes.

Enquanto esperavam pelo candidato, os cerca de 150 militantes presentes fizeram uma festa, à espera da divulgação dos resultados das pesquisas. Durante mais de três horas, com comida e cerveja liberadas, comentaram que "se a pesquisa der empate, o Paes vence, porque a máquina faz a diferença no voto a voto", nas palavras do candidato a vereador Ricardo Capelli (PCdoB), que é ex-líder estudantil e não se elegeu. O gerente do restaurante não quis dizer quem pagaria a conta, mas alguns militantes informaram que seria o deputado Picciani. Ele não quis comentar.

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