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14/10/2008 - 10h37

Recusado por candidatos, prefeito do Rio, Cesar Maia, diz que já previa 2º turno e derrota do DEM

Thyago Mathias
Especial para o UOL
Do Rio de Janeiro
Citado durante todo o debate de domingo (12) entre os candidatos à Prefeitura do Rio, o atual prefeito, Cesar Maia (DEM), foi vinculado tanto a Fernando Gabeira (PV), que tem apoio do DEM no 2º turno, quanto a Eduardo Paes, que foi seu subprefeito e "pupilo". Rejeitado pelos dois, Maia concedeu entrevista ao UOL Eleições, na qual declarou não guardar ressentimentos em relação aos candidatos que se recusam a se ligar a ele e disse que tinha consciência da derrota de Solange Amaral (DEM), desde 2007.

UOL Eleições: Como o senhor avalia o fato de o candidato Eduardo Paes ter tentando, durante o debate na TV Bandeirantes, vincular a candidatura de Fernando Gabeira ao seu nome?

Cesar Maia: Foi um erro tático. O eleitor do Gabeira da zona sul, onde a avaliação da prefeitura é pior, conhece bem a personalidade do Gabeira. Já as regiões onde a prefeitura é bem avaliada são justamente aquelas onde Gabeira precisa crescer. Foi, por isso, um tiro pela culatra.

E quanto ao fato de Gabeira não aceitar a vinculação?

Ele responde a seu eleitor básico, no que faz muito bem.

O senhor concorda com a afirmação de Gabeira de que Paes tem seu estilo, de que o copia?

Na forma, Paes continua tentando me copiar. No caráter, ele se afastou há muito tempo, infelizmente.

A sua participação no 2º turno da campanha, em favor da candidatura do PV, será realmente velada, escondida, como acusa Paes?

A nota do DEM, que sela o apoio, é muito clara: o prefeito é magistrado e já baixou decreto detalhando a transição.

Há algum ressentimento em relação à rejeição de vinculação pelas duas partes envolvidas nesse 2º turno?

Ao contrário. Aumenta o desafio do próximo prefeito de superar um período longo em que o eleitor votou sempre e de forma crescente. O tempo corrige as criticas relativas à conservação, que é produto das aplicações nos Jogos Panamericanos. Ficam as intervenções substanciais na memória do eleitor e serão essas os termos de comparação, na frente.

Como um estrategista que conseguiu quatro vitórias consecutivas, o senhor previa, de alguma forma, no início da campanha, a derrota de Solange e um 2º turno entre Paes e Gabeira?

Sim e escrevi a respeito. Testei desde 2007 os caminhos da vitória e esses não passavam nem pela continuidade, nem pela mudança total como propunha Jandira (Feghali, candidata derrotada do PCdoB). Tanto Paes quanto Gabeira participaram de meu governo por mais de 10 anos, seja via PV (que ocupou a Secretaria de Meio Ambiente) ou diretamente (nas subprefeituras administradas por Paes). O eleitor, assim, afirma o que foi feito e busca uma mudança sem riscos. Desde 2007 já afirmava que (Marcelo) Crivella (PRB) não ia para o 2º turno e, em 2008, mostrei várias vezes a curva de votos da Jandira mergulhando. Coube a Gabeira e não ao DEM crescer. A alternância no poder oxigena a democracia.

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