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26/09/2008 - 11h33

Candidatos à Prefeitura do Rio divergem sobre UPAs

Diana Brito
Especial para o UOL
Do Rio de Janeiro

A uma semana da eleição, as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) ainda causam divergências entre os candidatos à Prefeitura do Rio. Enquanto Eduardo Paes (PMDB) abraça a causa do padrinho Sérgio Cabral, idealizador das unidades, Solange Amaral (DEM) e Fernando Gabeira (PV) julgam a "iniciativa perigosa". Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aderiu a rede no início do mês e afirmou que vai implantar as unidades de pronto-socorro no país, o assunto se estendeu nas campanhas eleitorais da cidade e passou a ser tema de debate na área da saúde.


"As UPAs têm sido bem recebidas pela população. No entanto, elas não diminuem a demanda dos hospitais de emergência. O que significa que para resolver o problema da saúde não basta apenas pensar em termos de UPAs, mas também ampliar o horário de atendimento dos postos médicos e a cobertura do programa Saúde da Família", disse Gabeira.


Solange Amaral afirmou que, se for eleita, vai descartar a idéia das Unidades de Pronto-Atendimento. Ela disse que "é preciso harmonia entre os governos para resolver os problemas na área da saúde", mas não deixou de criticar os "postinhos de lata" do governador Sérgio Cabral (PMDB).


"Antes de implantar os postos de lata, o Governo Estadual deveria investir nos Hospitais do Estado. Eu visitei alguns deles durante a campanha e vi o caos. Nesta época, promete-se muito. As pessoas precisam se responsabilizar pelo que têm. Gastaram R$ 24 milhões para montar os 'postinhos de lata' e deixam os hospitais em calamidade. Quero expandir o programa 'Remédio em Casa' e implantar a marcação de consultas pela Internet e por telefone para acabar com as filas", enfatizou a candidata do prefeito Cesar Maia (DEM).


Paes aproveita a carona

Um dia depois do presidente Lula anunciar a expansão das UPAs pelo país, Eduardo Paes pegou carona e passou a persistir ainda mais na promessa de contruir 40 UPAs 24 horas na cidade. O peemedebista chegou a receber uma advertência do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro) por causa da propaganda eleitoral dentro das Unidades de Pronto-Atendimento e ficou proibido de pedir votos dentro das UPAs e de expor o brasão do governo do estado em seu programa na TV.


"A UPA é a melhor iniciativa na área de saúde dos últimos anos. É um modelo que está funcionando e trazendo alívio para as pessoas. A maior prova disso é que o presidente Lula acaba de anunciar que construirá 500 unidades dessas até o fim de 2010. A UPA é um pronto-socorro que atende as pessoas com respeito e dignidade. O que a prefeitura oferta, hoje, são emergências lotadas. Nós vamos construir, na cidade do Rio, 40 UPAs, os superpostos, 24 horas, trazendo dignidade e qualidade para a população", prometeu Paes.


O candidato do PRB Marcello Crivella também quer formar parcerias com o governo estadual na área da saúde. Se for eleito, ele pretende negociar com o governador Sérgio Cabral a administração das UPAs. Crivella ainda tem planos para ampliar o programa Saúde da Família para atender a população carente e evitar epidemias como a dengue.


"Acho o projeto das UPAs muito bom e vou dar continuidade. Porém, a gestão de emergências e de pronto-socorros deve ser da prefeitura. Meu receio é que o estado se ocupando disso se descuide dos seus próprios hospitais de internação que hoje andam muito mal. Minha idéia é propor ao governo do estado uma parceria sólida. O povo não agüenta mais esperar na fila por horas e horas. Minha proposta é simples e possível: o governo estadual provê as unidades e a prefeitura se responsabiliza pela administração delas", disse Crivella.


80 UPAs

Médica de hospital público, a candidata Jandira Feghali afirmou que, se eleita, vai assumir o comando das UPAs e ampliar a rede para 80 unidades. Além de adotar um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) que remunere melhor os profissionais de saúde, ela pretende realizar concurso público para ampliar o quadro de funcionários.


"Pretendo assumir o comando das UPAs e ampliar a rede de atendimento. Nem sempre a população consegue atendimento nos postos. Vou utilizar os recursos federais para a construção de 80 UPAs nos próximos quatro anos. A prefeitura vai intervir também na retaguarda, ou seja, aperfeiçoando o atendimento prestado nos hospitais e postos de saúde. Assim as UPAs não correrão o risco de ficar sobrecarregadas. Vamos realizar concurso público para ampliar o quadro de funcionários e melhorar o salário dos profissionais de saúde", prometeu Feghali.


Já Alessandro Molon (PT), se eleito, vai integrar as UPAs ao SUS (Sistema Único de Saúde), com a administração do governo municipal. O petista garantiu que vai investir no programa Saúde da Família, estender os horários de trabalho nos postos de saúde e ampliar o quadro de profissionais do setor.


"A UPA é uma solução paliativa. Essas unidades não são suficientes para resolver os problemas no atendimento. Elas servem à população, mas devem ser complementadas por outros equipamentos. É preciso fortalecer os postos de saúde com médicos, enfermeiros, equipamentos, além de estender o horário de funcionamento. Vou integrar as UPAs já construídas ao atendimento pelo SUS, sob coordenação do município", afirmou Molon.

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