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25/09/2008 - 09h39

No Rio: 62% dos eleitores estão indecisos acerca do voto para vereador, diz IBPS

Diana Brito
Especial para o UOL
Do Rio de Janeiro

Na projeção do IBPS, Instituto Brasileiro de Pesquisa Social, a ser divulgada na próxima semana, 62% dos eleitores ainda estão indecisos com relação ao voto para vereador. Presidente do instituto, o pesquisador Geraldo Tadeu Moreira Monteiro disse acreditar que esse painel não deve mudar até a última semana de campanha eleitoral.


"A eleição para vereador ainda está muito em aberta. Se seguirmos dados recentes, nós teremos uma leve queda de indecisos na última semana de propaganda eleitoral e vamos passar de 62% para 45%. Devemos lembrar também que 6% dos eleitores não responderam a essa questão, 4% vão votar nulo e 1% votarão em branco. Portanto, temos 73% de eleitores que chamamos de 'não voto', ou seja, é aquele voto que não se aproveita", comentou Geraldo Tadeu Monteiro.


O pesquisador do IBPS afirmou que essa é a segunda pesquisa para vereador durante as eleições deste ano. O instituto entrevistou 2.512 eleitores, pelo telefone, na cidade do Rio entre os dias 15 e 18 de setembro. Já no levantamento anterior, os pesquisadores ouviram 2.658 pessoas, entre 28 de agosto e 2 de setembro.


O cientista político da UERJ, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Ignacio Cano defende a teoria de que a falta de conhecimento é a maior causadora da indecisão entre os eleitores. "A questão é o desconhecimento dos vereadores e a descrença com a política em geral, principalmente com a Câmara Municipal do Rio que tem uma reputação muito negativa", explicou.



Quociente eleitoral



Como se não bastasse o alto número de eleitores indecisos na cidade, a tarefa de eleger o candidato a vereador preferencial fica ainda mais difícil com os cálculos do quociente eleitoral. Com esse nome complexo, a maioria dos eleitores desconhece o processo de contagem de votos para vereador da justiça eleitoral.


"O quociente eleitoral é uma razão que divide o número de votos válidos pelo número de cadeiras a serem preenchidas. Por exemplo: pelos cálculos do IBPS, teremos cerca de 3,5 milhões de votos para vereador válidos. Como a Câmara Municipal local possui 50 cadeiras, faz-se a divisão de 3,5 milhões por 50 e chega-se ao quociente eleitoral de 70 mil. Ou seja, cada partido obterá uma cadeira a cada 70 mil votos", detalhou o pesquisador do IBPS.


Mas não existe apenas esse cálculo. Um procedimento chamado D´Hondt, criado pelo jurista belga Victor D´Hondt, distribui as sobras no sistema proporcional. No caso de um candidato receber 150 mil votos, ele terá direito, como resultado da divisão de 150 mil por 70 mil, a 2,14 cadeiras. Mas, se os próprios pesquisadores consideram esse método complicado, imagina os eleitores...


"É difícil explicar o sistema D´Hondt. Ele é processado automaticamente por um programa do TRE, Tribunal Regional Eleitoral, e a medida que os votos entram, o sistema computa os números", disse Geraldo Tadeu Monteiro.



"Puxadores de voto"



O fenômeno dos "puxadores de voto" é identificado quando um candidato consegue sozinho ultrapassar o quociente eleitoral. "Ou seja, se o quociente eleitoral for de 70 mil votos e o candidato atingir 120 mil, ele doa 50 mil para o partido dele, que aproveita a pontuação para outro candidato", explicou Monteiro.

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