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17/09/2008 - 15h43

Presidente do TRE-RJ diz que pode haver monopólio eleitoral na Rocinha

Diana Brito
Especial para o UOL
Do Rio de Janeiro
Atualizada às 17h02

O novo presidente do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral), desembargador Alberto Motta Moraes, disse que desconfia de monopólio eleitoral na favela da Rocinha, durante visita que fez à comunidade na tarde desta quarta-feira (17). Motta Moraes estava acompanhando o primeiro dia de operação das Forças Armadas na favela.


Ele criticou a visível exclusividade do candidato a vereador Claudinho da Academia (PSDC). "Em outros lugares, a gente vê uma variedade maior de candidatos. Aqui causa estranheza porque temos propaganda de apenas um candidato. Precisamos investigar isso", disse Motta Moraes. A Rocinha é a maior favela da América Latina e tem 300 mil habitantes, segundo a Associação dos Moradores da comunidade.


Após se surpreender com o ambiente da favela da Coréia, na zona oeste, e compará-la a um campo de concentração sem arame farpado - Motta Moraes visitou a favela da Coréia no domingo (14), à tarde -, o desembargador comentou se sentir à vontade na Rocinha. "Me sinto absolutamente tranqüilo, mas até hoje o meu nível de inteligência não consegue entender porque transformam isso aqui num ponto de turismo", disse.


O líder comunitário da Rocinha, Carlos José dos Santos, o Carlos Naval, aproveitou a presença da imprensa para dizer que não concorda com a presença das tropas na favela. "Houve uma interpretação errada. Todas as lideranças da comunidade, cerca de dez, se organizaram e resolveram apoiar a candidatura do Claudinho porque ele está sempre presente. Mesmo assim, não impedimos os outros candidatos de vir aqui", disse.


Hoje mais cedo, pela manhã, Solange Amaral (DEM) visitou a Rocinha com o deputado federal Índio da Costa e ele bateu boca com o Claudinho da Academia. "Há duas semanas, eu fui barrado aqui na Rocinha. Você sabe por que?", perguntou a Claudinho, o que iniciou uma discussão acalorada entre os dois.


Claudinho da Academia



Segundo o TRE, foram apreendidas 29 placas irregulares do Claudinho da Academia e apenas uma de outro candidato. Os fiscais consideraram que a apreensão foi baixa. Na comunidade, o comentário é que os moradores arrancaram as placas, já sabendo que o TRE vem junto com as tropas, para depois colá-las novamente.


Segundo o chefe de fiscalização do TRE, Luis Fernando Santa Brígida, desde a chegada das tropas às comunidades, no dia 11 de setembro, eles estão tendo mais facilidade de recolher a propaganda irregular - até agora foram apreendidas sete toneladas. "Com as tropas federais, estamos conseguindo uma produtividade bem maior, a gente se preocupa menos com a questão da segurança", diz Brígida. Antes da chegada das tropas, do início de julho a 10 de setembro foram apreendidas 20 toneladas de material de campanha irregular.


Operação Guanabara



A ocupação de hoje na Rocinha e no Vidigal é a terceira fase da Operação Guanabara, na qual o Exército e a Marinha ocupam comunidades, dominadas por traficantes e milicianos, para garantir a segurança da campanha eleitoral. Dois mil homens vão ficar na Rocinha e no Vidigal até sexta-feira (19), das 9h às 18h. A partir de domingo, os homens seguem paras as favelas do Jacarezinho, na zona norte, Antaris, em Santa Cruz, Carobinha e Favela do Barbante, em Campo Grande, as últimas três na zona oeste.




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