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16/09/2008 - 15h24

Fiscalização de transporte alternativo divide candidatos no Rio

Thyago Mathias
Especial para o UOL
Do Rio de Janeiro
Na avaliação dos próprios candidatos, está difícil para os eleitores enxergar diferenças entre os 12 que concorrem à prefeitura do Rio. A regulamentação e fiscalização do transporte alternativo é uma exceção nesse cenário.

Durante caminhada no domingo (14), o senador Marcelo Crivella (PRB) aproveitou o tema para prometer a regularização fazendo contraponto com Eduardo Paes (PMDB), que "vai varrer do mapa" os motoristas de kombis e vans, segundo o peerrebista.

"Nós temos que pensar no interesse público. As vans estão servindo a cerca de 650 mil pessoas todos os dias. Esse sistema se baseia em 1.200 veículos", aponta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Alternativo do Rio, Guilherme Biserra, sobre os números do setor já regularizado. O número de veículos irregulares na cidade do Rio é estimado em mais de 20 mil.

Entre as propostas de Eduardo Paes encontra-se a criação de uma Secretaria municipal de Ordem Pública para fiscalizar o setor.

"Transporte não tem que ser alternativo. Tem que ser complementar ao dos ônibus. Vamos licitar e legalizar, mas isso só pode ocorrer com integração dos níveis de governo", disse o peemedebista, que é o candidato do Governo do Estado, que em junho reduziu em 60% o número de permissões para a circulação legal de vans.

A medida, feita por meio do Departamento de Transportes Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro (Detro), foi criticada por Crivella, que prometeu implementar no Rio o modelo paulistano:

"No primeiro dia, se for eleito, posso mandar a lei de licitação das vans. Temos que copiar as coisas que são boas. São Paulo regularizou, fez licitação. A van, hoje, é um transporte complementar. O pessoal da van tem que sentar, como o das barcas, do metrô, do ônibus, e discutir isso tudo", disse o senador.

No início de setembro, Crivella assinou um termo de compromisso com representantes do transporte alternativo em que se comprometia a revisar o convênio em que a prefeitura repassou ao Detro a fiscalização das vans. Jandira Feghali (PCdoB) e Solange Amaral (DEM) também assinaram o termo.

"Todo mundo sabe do compromisso da nossa prefeitura com o transporte especial complementar. Estou aqui para dizer que somos governo e fazemos, fizemos e faremos", surpreendeu Solange, na ocasião. Ela é a candidata do prefeito Cesar Maia, autor do decreto contestado.

"As vans surgiram no vácuo de uma política de transportes inexistente. Ela estão aí circulando, porque atendem a uma demanda da população", defende Jandira.

Em oposição aos três, Fernando Gabeira (PV) promete manter o convênio de fiscalização. A adoção do bilhete único, para ele, excluiria do mercado os veículos irregulares.

"Não há hipótese de não haver fiscalização. Ela continuará sendo feita pelo Detro. Para esclarecer qualquer dificuldade, criaremos na prefeitura uma ouvidoria para saber se está havendo excessos. Minha posição é de reorganizar o sistema de transporte coletivo do Rio. Vamos licitar as vans e adequá-las ao bilhete único. Elas terão que ter um instrumento para a leitura do bilhete único. Se fizerem isso, todos que não participarem ficarão fora do mercado, pois quem não tiver o bilhete não será utilizado", ponderou Gabeira.

Alessandro Molon (PT) também pretende manter o convênio, pelo menos até que esteja concluído seu projeto de reestruturação dos transportes na cidade.

"Licitar o transporte complementar não significa apenas licitar as atuais linhas. Novas linhas podem ser criadas e algumas podem deixar de existir. Depois da licitação das linhas, as vans piratas não terão o bilhete único, por isso a população não se sentirá mais incentivada a usar transporte em situação irregular", avaliou o petista.

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