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10/09/2008 - 10h42

No Rio, candidatos comandam campanhas de dentro da prisão

Diana Brito
Especial para o UOL
Do Rio de Janeiro
Mesmo presa após ser acusada, junto com milicianos, de chefiar um esquema de coação a eleitores em Campo Grande, na zona oeste do Rio, a candidata a vereadora do PTdoB Carmen Guinâncio Guimarães, a Carminha Jerominho, continua sua campanha só que de dentro do presídio federal de segurança máxima de Catanduvas, no interior do Paraná.

Assim como Carminha, o candidato a vereador pelo PSL em São Gonçalo (região metropolitana do Rio), Edson da Silva Mota, o Mota da Coopasa, também comanda sua campanha de uma cela na Ilha das Cobras, no Rio.
Mota da Coopasa é apontado pela polícia como chefe da máfia de transportes alternativos em São Gonçalo e vizinhanças. Vereador e sargento da Marinha, ele está preso desde 13 de agosto em regime fechado no comando geral do Corpo de Fuzileiros Navais no Rio.

Acusado de matar o presidente da cooperativa Santa Isabel, Luiz Cláudio Moreira, em 2006, o candidato do PSL controla de dentro da prisão a estrutura do transporte alternativo no município para se reeleger.

Tanto Mota como Carminha Jerominho conseguem mobilizar dezenas de aliados e cabos eleitorais nas ruas do Rio de Janeiro e de São Gonçalo.

Em busca de votos, eles batem de frente com as autoridades e afirmam ser vítimas de perseguições políticas. Na semana passada, a candidata do PTdoB mandou que seus cabos eleitorais distribuíssem um recado em frente ao prédio onde trabalha um dos responsáveis por sua prisão.

"Primeiro prenderam o meu pai, o vereador Jerominho. E, em seguida, o meu tio, deputado Natalino. Agora, me prenderam para que eu não possa prosseguir fazendo campanha. Conto com o seu voto, pois, mesmo presa, continuo candidata", afirmou Carminha no bilhete que mandou espalhar na cidade.

Sem aparentar preocupação, os cabos eleitorais de Carminha trabalham pesado nas ruas do Rio. Com camisas brancas, eles usam a frase da candidata: "coração valente",carregam placas, bandeiras e faixas de campanha no centro e na zona oeste da cidade. Nos caminhões de som a candidata usa jingles antigos do pai ao ritmo de funk.

Carminha Jerominho foi presa em 29 de agosto, juntamente com outras 12 pessoas, todas acusadas de crime eleitoral, na operação Voto Livre, desencadeada por agentes federais da Delegacia de Defesa Institucional (Delinst). Carminha é filha do vereador Jerominho (PMDB) e sobrinha do deputado estadual Natalino Guimarães (expulso do DEM no início de agosto), ambos presos em Bangu 8, acusados de chefiar um grupo de milícia que se autodenomina Liga da Justiça e atua em Campo Grande, zona oeste do Rio.

Mota e Carminha só não podem ser eleitos dentro da prisão se forem expulsos do partido. Os dois também deixariam de lado os projetos eleitorais se o Supremo Tribunal Federal (STF) não liberasse os candidatos "fichas-sujas" para fazer campanha.

Pedido de habeas corpus é negado



O pedido de habeas corpus de Carminha Jerominho (PTdoB) foi negado pelo ministro do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, Felix Fischer, na última sexta-feira (5). Segundo Fischer, a candidata permanecerá na penitenciária de segurança máxima de Catanduvas, no interior do Paraná, pelo menos por 30 dias.

O ministro ainda afirmou que o decreto de prisão não tem nenhuma ilegalidade. Ele também autorizou que a candidata deixe o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e passe a ter contato com outros presos.

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