Acompanhada da atriz Tássia Camargo, do sambista Noca da Portela, do presidente da Fundação Biblioteca Nacional Muniz Sodré e do DJ Saddam, a candidata do PCdoB à prefeitura do Rio, Jandira Feghali, lançou seu programa de governo para a cultura, na noite desta segunda-feira (8).

Entre as propostas, Jandira prometeu elevar o orçamento municipal para a cultura de menos de 1% para 3% do total, o que equivaleria a quase R$ 300 milhões. Ela também pretende criar um "selo das casas que empregam músicos", que seria uma forma de incentivo fiscal para casas noturnas que contratam músicos para tocar ao vivo, além de um mercado popular de artesanato na zona portuária, da ampliação das lonas culturais e da reativação da Riofilme, empresa pública municipal "que não tem dinheiro", segundo a candidata, para cumprir funções de distribuição e produção de filmes.

"Temos que valorizar a cultura em toda a sua diversidade. O hip-hop ainda enfrenta hoje o mesmo preconceito que a capoeira enfrentava no século passado", disse a candidata em direção a rappers e DJs presentes tanto no palco do teatro Oi Casa Grande quanto na platéia, para, em seguida, apresentar o "Projeto Centro Vivo", que criaria um corredor cultural entre Cinelândia, Lapa e Campo de Santana.

Jandira, que, nos bastidores, pediu para evitarem citações de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de militantes do próprio PT, frisou a inclusão de projetos do Governo Federal em seu programa: "A gente quer integrar o 'Ponto de cultura' do Ministério da Cultura, integrar o 'Pró-ler', as bibliotecas da Biblioteca Nacional, num 'Ponto Cidadão'", revelou, com apoio de Sodré, que se definiu como "remoto-conselheiro de Jandira, há anos".

Quem atuou como mestre-de-cerimônias do evento, foi o produtor cultural, ex-diplomata francês, Romaric Büel, que coordenou a elaboração do programa de Jandira. Organizador das retrospectivas de Rodin, Monet e Renoir no Brasil, consultor de Lily Marinho para o livro no qual ela contou a história do romance com o jornalista Roberto Marinho, Romaric já foi chamado de "guia cultural de madame", pelo prefeito Cesar Maia (DEM).

Romaric disse não ver contradição entre os tipos de projeto em que se envolveu e a posição cultural do Partido Comunista: "Não é porque eu sou do establishment cultural, da tradição européia que eu não sinto a realidade e a necessidade de se deixar expressar as artes populares", declarou o francês, que trabalha para a campanha de Jandira voluntariamente há seis meses.

"Toda a linguagem do Romaric é a nossa, da descentralização da cultura em projetos populares, da política como política integradora. Toda a sua linguagem de popularização dos espaços públicos tem absoluta identidade conosco, senão não seria coordenador de meu programa de governo", defendeu a comunista.

Oportunidade para criticar Cidade da Música

A candidata aproveitou o evento para criticar Cesar Maia e a Cidade da Música, projeto ainda inacabado do atual prefeito, na Barra da Tijuca: "Nós temos a generosidade de não zerar política dos outros. Eu jamais teria feito a Cidade da Música com o projeto que foi feito. Eu não gastaria R$ 600 milhões numa obra se eu pudesse botar a cidade inteira para produzir. Agora, como ela existe, é dinheiro público, nós vamos ter que dar conta dela. Eu até brinco que não é um abacaxi, é uma jaca, porque é muito grande. Se é jaca dura ou jaca mole, só depois que abrir é que a gente vai ver", ironizou Jandira.

"Eu lutei para que o Rio não herdasse um outro elefante-branco, na época, que se chamava Guggenheim. Este ano, o Christian de Portzamparc, arquiteto da Cidade da Música, foi contratado para construir uma máquina enorme, que ainda vai ter que encontrar uma pertinência. Talvez haja dificuldade para encontrar dinheiro para que ela seja viável", endossou Romaric.

Veja mais notícias de eleições na cidade de Rio de Janeiro - RJ

Câmera Digital

Diversos modelos a partir de 10x de R$ 13,99. Aproveite!

Mochila Esportiva

Diversos modelos e marcas a partir de R$ 34,90

Anuncie no Shopping UOL