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07/09/2008 - 14h23

Na Grande Rio, candidatos são suspeitos de dar cachaça, remédio e dinheiro a eleitores

Thyago Mathias
Especial para o UOL
Do Rio de Janeiro
Candidatos da grande Rio serão investigados a partir desta segunda-feira (8) por denúncias de tentativa de compra de voto e outros crimes eleitorais.

De acordo com a promotora Paula de Castro Campanari, do MPE (Ministério Público Estadual), dez candidatos a vereador, cujos nomes não foram revelados, teriam oferecido entre R$ 20 e R$ 30 por voto.

"Há indício de crime eleitoral e vamos encaminhar tudo ao Tribunal Regional Eleitoral", declarou o secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame.

Segundo o secretário, há denúncias de que os moradores de comunidades carentes seriam obrigados a ceder espaço no muro de suas casas para instalação de propaganda eleitoral em troca de remédios.

A Polícia Civil diz ter indícios, também, de crimes eleitorais praticados por milícias em comunidades da região.

Em uma gravação de 9 de abril do ano passado, o deputado estadual Jorge Babu (afastado do PT) dá orientações para que eleitores residentes na comunidade fossem cadastrados como eleitores no Rio.

Na última sexta-feira (5), a Polícia Civil também encontrou material de campanha do candidato a vereador Elton Babu (PT), irmão de Jorge Babu, dentro da associação de moradores da Favela da Foice. No mesmo local, foram apreendidas fichas que continham os números dos títulos de eleitor dos associados.

"Precisamos saber a natureza desta associação. Associações de moradores não podem fazer campanha. Se comprovada a irregularidade, o juiz eleitoral pode enviar representação contra o candidato ao Ministério Público Eleitoral", declarou o chefe da fiscalização do TRE-RJ, Luiz Fernando Santa Brígida.

"Desconheço que isso estivesse lá. Não foi por ordem minha. Presto apoio social à comunidade e não tem nada de irregular nisso", defendeu-se o candidato Elton.

Já o deputado só poderia ser preso em flagrante, já que tem foro privilegiado. Ele confirmou que a presidente da associação de moradores da Foice trabalha na campanha de seu irmão: "Fiquei até feliz de terem encontrado material do meu irmão. É sinal de que ela não o está traindo com outro candidato", disse.

Cerveja e cachaça indicam crime eleitoral em Magé

No município de Magé, a Justiça Eleitoral também vai apurar denúncias de que sacolés (saquinho plástico com líquido) contendo cachaça e latas de cerveja teriam sido distribuídos pela prefeita Núbia Cozzolino (PMDB).

Núbia também é acusada de apropriação e desvio de verbas públicas e formação de quadrilha. Conforme denúncia do MPE, ela seria, ainda, a líder de uma quadrilha que age desde 2005 em Magé e que teria desviado mais de R$ 100 milhões dos cofres do município.

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