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21/08/2008 - 17h16

Campanha em Niterói e na Baixada também sofre ameaças

Thyado Mathias
Especial para o UOL
Do Rio de Janeiro
O relatório entregue pelo presidente do Tribunal Eleitoral Regional do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Roberto Wider, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na manhã desta quinta-feira (21) deve manifestar a necessidade de envio das Forças Armadas para Niterói e outros oito municípios da região metropolitana, além do Rio de Janeiro, segundo a assessoria do TRE-RJ.

No início desta semana, o coordenador da fiscalização do órgão, Luiz Márcio Pereira, encontrou-se com o juiz eleitoral de Niterói, Eduardo Paiva, e com autoridades da polícia local para apurar queixas de candidatos que foram impedidos de fazer campanha em três favelas do município: Morro do Palácio, Engenhoca e Morro do Peixe Galo.

"A situação nos preocupa", declarou Pereira, acrescentando que "conforme apurado, o presidente do TRE deve requerer o envio de tropas também para Niterói".

O candidato líder nas pesquisas de intenção de voto no município, Jorge Roberto Silveira (PDT) não quis comentar se enfrentou algum problema durante a campanha, mas a militante pedetista Vânia Brasil disse ter acompanhado um candidato a vereador pelo partido que foi proibido de distribuir panfletos na Engenhoca: "A gente mal entrou na comunidade e apareceu um homem dizendo que não podia fazer campanha ali, que 'pra' distribuir panfleto e colar cartaz tinha que pagar pedágio. Era ordem do tráfico", relatou.

O candidato do PSDB à prefeitura local, Gegê Galindo declarou que não houve impedimentos durante sua campanha, mas considera bem-vindas as tropas federais. Já o deputado estadual e candidato petista Rodrigo Neves, declarou "repudiar a adoção de medidas ilegais tanto na disputa eleitoral quanto em qualquer outra situação".

Baixada é alvo de milícias
Com quase 500 mil habitantes, Niterói apresenta o maior índice de desenvolvimento do Rio de Janeiro e foi capital do estado até 1975. O problema com traficantes e milicianos, contudo, não se restringe à antiga e à atual capital. Segundo as informações apuradas, o relatório do TRE-RJ deve incluir dados de um documento confidencial da Subsecretaria de Inteligência (SSI) da Secretaria de Segurança Pública do Rio enviado à Assembléia Legislativa.

Esse documento registra o envolvimento de 156 policiais militares, 18 policiais civis - incluindo um delegado da Baixada Fluminense -, 11 oficiais-bombeiros, três agentes penitenciários e três integrantes das Forças Armadas com milícias dos seguintes municípios: Belfort Roxo, Cabo Frio, Duque de Caxias, Macaé, Magé, Mesquita, São Gonçalo e São João de Meriti.

As conexões políticas dessas milícias incluiriam, além do deputado estadual Natalino Guimarães (sem partido) e seu irmão, o vereador Jerominho (PMDB) da Câmara da capital, outros três vereadores, dois deles de Duque de Caxias.

Segundo nota da ONG Viva Rio, "a Baixada Fluminense é o berço dessa estatização do crime organizado que, agora, é encarada pela capital, sobretudo nos bairros de povoação mais recente, na zona oeste".

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