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16/08/2008 - 18h09

Candidatos disputam voto dos servidores públicos no Rio

Thyago Mathias
Especial para o UOL
No Rio de Janeiro
A corrida eleitoral à Prefeitura do Rio de Janeiro revelou nesta semana que um voto será especialmente disputado nas urnas cariocas: o do servidor público.

Na quarta-feira (13), horas após uma mobilização conjunta de servidores estaduais das áreas de saúde, educação, segurança, fazenda, justiça, processamento de dados e transportes públicos, o senador Marcelo Crivella, candidato a prefeito do Rio pelo PRB, distribuiu panfletos diante da sede da prefeitura com o título de "Carta aos servidores públicos municipais".

A panfletagem de Crivella, no entanto, foi considerada oportunista pelo candidato do PDT, Paulo Ramos, que esteve à frente da paralisação e da passeata dos funcionários públicos estaduais.

"O Crivella agora panfleta para os servidores, mas a ausência dele na passeata, na frente do Palácio Guanabara (sede do governo estadual), mostra que ele não tem independência, mas quer enganar", disse, sem poupar críticas ao senador.

"Ele foi para frente da prefeitura porque não quer ficar mal com o Sérgio Cabral. O senador Crivella não tem passado e tem um presente nebuloso. Porque ele também disputa com outros o patrocínio do governo Lula e do governo Cabral. No fundo, Crivella, Eduardo Paes, Jandira e o coroinha do PT (Alessandro Molon), representam os mesmos patronos e estão na atividade política até para se vingar da população".

Estima-se em mais de 88 mil o número de funcionários públicos residentes na cidade do Rio de Janeiro, desconsiderados os que atendem ao governo federal. Além de pedir reajuste salarial, os atos públicos da semana tentaram contestar propostas de transformação das fundações públicas em fundações estatais de direito privado.

Segundo o Sindsprev-RJ (Sindicato dos Servidores da Saúde, Previdência e Trabalho), que recebeu o candidato Chico Alencar (PSOL) para uma palestra na sexta-feira (15), tal transformação já foi sinalizada pelo governo do Estado.

Ela permitiria a contratação de servidores pela CLT, em vez do regime estatutário, e a desvinculação de parte da administração pública em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) alegou que a medida impediria que "alguns médicos que não queiram cumprir o horário prejudiquem a população". Os médicos trabalhariam, segundo ele, no regime do "me engana que eu gosto".

Servidores da cultura

Na terça-feira (12), uma proposta de extinção da Fundação Theatro Municipal e da Funarte, e de criação de uma fundação de direito privado, causou polêmica entre os servidores da cultura.

Planejada pela secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, e pela presidente do Theatro, a cineasta Carla Camurati, a medida foi duramente criticada pelo Sintac-RJ (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Públicas da Ação Cultural).

Em assembléia-geral que contou com a presença da primeira-bailarina do Theatro, Ana Botafogo, o sindicato aprovou por unanimidade um manifesto contra a reforma proposta e exigiu a saída do maestro Roberto Minczuk.

O único candidato a sair explicitamente em defesa da ação do governo foi Eduardo Paes, do PMDB, partido do governador. "Eu acho que a reforma que a secretária Adriana Rattes quer fazer no Theatro Municipal é uma reforma para que no ano que vem ele possa comemorar 100 anos recuperado. Sei que tenho o voto e o apoio de ambas (Rattes e Camurati)", declarou.

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