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15/08/2008 - 15h06

Crivella e Paes apóiam envio de tropas, Gabeira, Molon e Jandira impõem ressalvas

Thyago Mathias
Especial para o UOL
No Rio de Janeiro
A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de autorizar o envio das Forças Armadas para garantir a segurança durante a campanha eleitoral no Rio repercutiu com conflito de opiniões entre os candidatos à prefeitura, na manhã desta sexta-feira (15).

Eduardo Paes (PMDB-PP-PSL-PTB) e Marcelo Crivella (PRB-PR-PRTB-PSDC) declararam apoio incondicional à medida, que, para se tornar efetiva, só depende de um pedido do governador Sérgio Cabral, que se empenhou pessoalmente pela aprovação, em telefonema ao presidente do TSE, ministro Ayres Britto.

"Tudo que for feito para garantir o direito de ir e vir dos cidadãos no Rio de Janeiro, na época das eleições e fora delas, é importante e terá meu apoio", disse Paes, num eco da nota emitida na quinta-feira pelo governador do Estado, do PMDB, o mesmo partido, segundo a qual um pedido de envio das tropas não será imediato, mas será precedido de consulta às autoridades de segurança do estado e do Governo Federal.

Durante palestra no Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-Rio), o senador Marcelo Crivella lembrou que a ação de traficantes e milicianos tem impedido a campanha em certas áreas da cidade. "As Forças Armadas são bem-vindas, se é preciso a presença delas pra garantir a lisura do processo eleitoral e pra que todo candidato tenha acesso às comunidades, pra que a campanha possa ser feita nas comunidades, sem distinção", declarou. Em julho, jornalistas que cobriam a campanha do senador na Vila Cruzeiro, foram obrigados por criminosos a apagar fotos em que o candidato apareceria lhes cumprimentando.

Em manifestação de apoio à medida, porém com restrições, o candidato Fernando Gabeira (PV-PSDB-PPS), que também já foi impedido de fazer campanha na Vila Cruzeiro, disse temer uma intimidação da população.

"Acho que há necessidade de segurança não só durante as eleições, mas todo o tempo. A presença (das Forças Armadas) é bem-vinda, a única coisa que dizemos é que não é produtivo subir o morro com a polícia, porque as pessoas se intimidam e não se aproximam de nós. Além do mais, nós vamos descer e (os moradores) continuarão reféns de grupos armados. Portanto, é importante que (as Forças Armadas) venham para cuidar da cidade, mas os candidatos têm de cuidar de si mesmos", ponderou Gabeira.

Ressalvas também foram feitas pela candidata Jandira Feghali (PCdoB-PSB-PTN-PHS), para quem "as instituições tem que garantir eleições livres e limpas". Jandira ainda disse que se preocupa em colocar Forças Armadas em favelas. "Toda ação tem que ser com inteligência para que não haja prejuízo para as comunidades que são de trabalhadores", comentou. A candidata também se recusa a usar as tropas federais e a polícia durante sua campanha.

"99% da população é de gente de bem. Não faz sentido levar escolta e polícia armada para conversar com gente de bem. Eu não usaria polícia, nem segurança, nem arma e nenhum tipo de cobertura desse tipo", declarou Jandira.

Já o petista Alessandro Molon comentou: "o uso das Forças Armadas no dia do pleito para garantir a lisura das eleições é aceitável, mas, no dia a dia, quem deve cuidar da segurança pública é o Estado". Ele disse ainda que o principal problema é garantir a segurança da população. "Não cogito em hipótese alguma pedir escolta para fazer campanha. Por duas razões: a primeira é que seria uma ofensa à população sofrida que mora nas comunidades mais violentas da cidade e que está em constante risco. A segunda é que o principal problema não é a segurança dos candidatos, mas dos moradores, que devem ter liberdade para fazer campanha para quem eles quiserem", disse o petista.



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