Em resposta ao relatório apresentado nesta quinta-feira (14) pelo deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) à Comissão de Segurança Pública da Câmara, que concluiu pela utilização eleitoral do projeto Cimento Social, o candidato à prefeitura do Rio, senador Marcelo Crivella (PRB-PR-PRTB-PSDC), autor do projeto, levantou a hipótese de conflito de interesses, pelo fato de Biscaia, que foi eleito como suplente, trabalhar para a campanha do candidato petista à prefeitura, Alessandro Molon.
"Fazer um relatório como esse no momento eleitoral pode dar a impressão de conflito de interesses. Mas prefiro achar que seja síndrome do suplente com vontade de aparecer", rebateu Crivella.
O senador aproveitou para defender o projeto Cimento Social, que promovia a reforma de casas pelo exército, no Morro da Providência, até o incidente que levou à morte de três jovens, em junho.
"É um equívoco dizer que as obras têm caráter eleitoreiro. Aquela obra é do governo federal. O presidente Lula, a ministra Dilma e o ministro Márcio Fortes acharam que ela era importantíssima e a incluíram no PAC. Os recursos são da União. Não existe emenda parlamentar, então não tem uso eleitoreiro", afirmou o senador.
O relatório apresentado por Biscaia diz que houve destinação irregular de recursos orçamentários com fins eleitorais e que o Exército não deveria estar no local. Durante a sessão, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) sugeriu a instauração de um processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador.
Molon rebateApós participar de sessão ordinária na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira, Alessandro Molon defendeu Biscaia e revidou: "Eleitoreiro é projeto (Cimento Social). O que foi construído pra angariar votos, para conseguir resultado eleitoral é o projeto, não é o relatório do deputado Biscaia, que não é uma pessoa que assume suas posturas em função de eleições e é respeitado no país inteiro por sua integridade".
Molon disse, ainda, que o deputado é um apoiador importante de sua campanha, mas que o relatório independe disso.
"O relatório dele foi feito com base na avaliação jurídica que ele faz do problema. E não foi ele que se designou relator, foi o presidente da Comissão, que é de outro partido, inclusive de oposição ao governo Lula, que é o deputado Raul Jungman. No fundo, o senador está adotando a velha estratégia de que a melhor defesa é o ataque. Em vez de tentar explicar o inexplicável, que é todo esse processo que levou ao envolvimento do exército nesse projeto, ele coloca em dúvida a integridade da posição do deputado Biscaia", arrematou.
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