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17/07/2008 - 19h12

Saídas para o trânsito caótico do Recife dividem candidatos a prefeito

Paula Brukmüller
Especial para o UOL
Em Recife
A situação crítica do trânsito no Recife promete ser um dos principais pontos de debate nas eleições deste ano. O principal alvo dos candidatos da oposição será a Via Mangue, projeto de corredor viário orçado em R$ 178 milhões que vai ligar o bairro do Recife, área central, ao bairro de Boa Viagem, prometendo desafogar o fluxo de veículos na zona sul, considerada uma das áreas mais criticas da cidade.

Com a primeira etapa da obra concluída (um túnel de 280 metros de extensão e que custou R$ 24 milhões) a Via Mangue prevê quatro pistas, duas em cada sentido. Para a maioria dos moradores da zona sul, é a esperança de um trânsito melhor. Para ambientalistas e oposição, é uma ameaça ao meio ambiente, mais especificamente para o Parque dos Manguezais, por onde passa o traçado projetado para via.

O prefeito João Paulo (PT) anunciou o projeto no final do seu primeiro mandato, sem garantir de onde viria o dinheiro para execução da obra e muitos taxaram a proposta de eleitoreira. Agora o candidato governista, João da Costa (PT), promete dar continuidade às outras etapas previstas.

O discurso mais afiado da oposição é do democrata Mendonça Filho. "A Via Mangue reflete uma inversão de prioridades e o mau uso dos recursos públicos numa obra viária que não resolve o problema da mobilidade na Zona Sul", dispara.

Mendonça dá sinais de que, caso seja eleito, pretende ressuscitar a Linha Verde, antigo e também polêmico projeto que nasceu na administração de Roberto Magalhães (DEM). A Linha Verde previa uma via expressa cortando uma vasta área, destruindo 25 hectares do manguezal.

O postulante do PMDB, Raul Henry, também defende o antigo projeto e acredita que o conceito da Via Mangue é "equivocado". Segundo ele o projeto atual é o de mais uma via local para o bairro de Boa Viagem. "Nós entendemos que o projeto original da Linha Verde, com o conceito de via expressa para irrigar os bairros de Setúbal, Piedade e Candeias era mais adequado à realidade do Recife e da Região Metropolitana Sul", afirmou.

O social cristão Carlos Eduardo Cadoca afirma que a Via Mangue não resolve o problema de mobilidade da zona sul porque não tira os carros de dentro de Boa Viagem. Segundo ele, 40% do trafego do bairro tem como destino o município vizinho de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana. Cadoca propõe a construção do que ele chama de Via Verde, uma via expressa elevada, e a expansão da linha sul do metrô até Jaboatão dos Guararapes.

João da Costa rebate dizendo que a Via Mangue prevê 5,1 hectares de recuperação de áreas degradadas, 3,5 quilômetros de ciclovia, remoção e reassentamento de famílias. "O projeto da Linha Verde não contempla nenhum desses itens e ainda causaria um impacto maior ao meio ambiente, 25 hectares contra os 4,4 atuais. A obra ainda custaria R$ 87,27 milhões a mais aos cofres públicos e prevê dois pedágios para os usuários, coisa que rejeitamos", diz.

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