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18/06/2008 - 18h51

PSB condiciona apoio ao PT no país à aliança em Belo Horizonte

Rayder Bragon
Especial para o UOL
Em Belo Horizonte
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, praticamente condicionou o possível apoio do partido ao PT em outros Estados ao sucesso da coligação entre o PSB, o PT e o PSDB na disputa da prefeitura de Belo Horizonte. Ele afirmou esperar receber sinalização positiva da direção nacional do PT, que vetara a participação tucana na chapa majoritária formada pelo ex-secretário Márcio Lacerda (PSB), tendo como vice o deputado Roberto Carvalho (PT), em relação à costura dos três partidos para o pleito majoritário em outubro na capital mineira.

"Gestos de boa vontade nós (do PSB) só vamos ter se os gestos de boa vontade vierem também na direção do PT", disse. A declaração foi feita nesta quarta (18) no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador Aécio Neves, durante encontro para assinatura de ajuda mútua entre Minas Gerais e Pernambuco para a troca de informações sobre segurança pública. O ato contou também com a participação de Fernando Pimentel (PT), atual prefeito de Belo Horizonte.

Fontes ligadas à tentativa da costura na capital mineira disseram que Campos não quer que o PSDB apóie informalmente a aliança , caso os tucanos fiquem fora da aliança. Campos quer o PSDB na chapa majoritária. Numa tentativa de conseguir demover o diretório nacional petista a derrubar o veto à união construída por Aécio Neves e pelo prefeito Fernando Pimentel (PT), Campos citou como exemplo o apoio dado pelo partido socialista em Estados governados pela sigla.

"O PSB, por exemplo, tem três governadores de Estado: governamos o Ceará, o Rio Grande do Norte e Pernambuco. Nos três, os governadores apóiam o PT, que tem prefeitos nas capitais", citou.

O governador disse que agora espera a contrapartida petista para afiançar novos apoios. "Novos gestos agora (do PSB) têm que ser acompanhados de gestos também recíprocos do PT," afirmou.

A convenção municipal do PSB em Belo Horizonte está marcada para o próximo dia 29.

São Paulo
Ao ser questionado especificamente se a participação dos socialistas na coligação pela candidatura de Marta Suplicy (PT) à prefeitura da cidade de São Paulo dependeria da aprovação da aliança em Belo Horizonte, o governador Eduardo Campos frisou a importância de se resolver o impasse em na capital mineira para que as conversações em outras praças prossigam.

"Eu posso discutir (o apoio do PSB ao PT) em Manaus, posso discutir o Rio (de Janeiro), posso discutir São Paulo. Agora, eu quero discutir também Belo Horizonte", declarou.

Sobre o encontro que teve terça (17) com o presidente Luis Inácio Lula da Silva, o governador Campos não quis detalhar o diálogo, porém, afirmou que Lula tem procurado contribuir para que a aliança entre PT/PSB, com apoio do PSDB, seja aprovada em Belo Horizonte. A reunião em Brasília fora idealizada para que o presidente Lula tentasse conseguir o apoio do chamado bloquinho, composto por PSB, PDT, PC do B e PRB, à candidatura de Marta Suplicy para a prefeitura de São Paulo.

Pimentel e Aécio
Os dois articuladores da união entre PT e PSDB em Belo Horizonte reafirmaram a disposição de continuarem a luta pela aprovação da dobradinha das duas siglas para a disputa da prefeitura da capital mineira.

O governador Aécio Neves fez questão de ressaltar o saldo positivo da conversa que teve com o colega pernambucano. Em seu discurso, deixou transparecer que a pressão pela derrubada do veto agora passa a ser do PSB sobre a direção nacional do PT.

"Estou extremamente otimista depois da conversa que tive com o governador Eduardo Campos. O PSB é um dos partidos mais importantes do país e um dos mais importantes da base do governo Lula. Acredito que seja natural que haja compreensão por parte da direção nacional do PT também em relação aos interesses políticos e partidários do PSB", afirmou.

Já o prefeito Fernando Pimentel espera que o apoio do presidente Lula ao enlace entre tucanos e petistas em Belo Horizonte seja levado em conta.
"Eu acho que o presidente Lula é a maior liderança que o PT tem no Brasil. E como a opinião dele (Lula) foi pública, nós esperamos que a direção nacional reveja a sua posição", ponderou.

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