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27/10/2008 - 17h12

Fogaça destaca importância das coligações para sua vitória em Porto Alegre

Mylena Fiori
Da Agência Brasil
Em Porto Alegre (RS)
O prefeito reeleito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), destacou várias vezes, em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (27), sua opção por negociar apoios partidários no momento da formação da sua chapa vencedora. Sem citar nomes, deixou entrever que a dificuldade do PT em fazer alianças com outros partidos pode ter sido fatal para a derrota da candidata petista à Prefeitura de Porto Alegre, Maria do Rosário.

"Quem não souber que o Brasil é multipartidário e pensa que pode trabalhar com hegemonia exclusivista, de um partido só, e projeta 20, 30 anos de poder a um partido só, ainda está com o pé na primeira metade do século passado", afirmou. Ele ainda ironizou, dizendo que há quem pense que está nos Estados Unidos e que o governo tem que ser de um único partido para ter unidade política. "Lá é assim, aqui não. Não há governabilidade com governos exclusivistas do ponto de vida partidário", frisou.

Fogaça chegou a lembrar o isolamento político do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O PT achava que era dono exclusivo do governo" disse o prefeito reeleito.

No primeiro turno das eleições para prefeito de Porto Alegre, o PMDB atraiu dois partidos grandes - o PDT e o PTB, e ainda o PSDC. No segundo turno, Fogaça também levou para o seu lado o PPS (vice na chapa de Manuela D'Ávila, do PCdoB), PP e DEM (que concorreram no primeiro turno com Onix Lorenzoni), PMN (que também estava com Manuela) e PSDB (que concorreu com Nelson Marchezan Júnior).

O PT gaúcho, por sua vez, vem se isolando por não abrir mão do cargo de vice e de outros postos-chave no governo. No primeiro turno, o partido perdeu parceiros tradicionais como o PCdoB e o PSB. Também não conseguiu - apesar das tentativas - negociar com o PDT, que acabou ganhando o posto de vice na chapa de José Fogaça. A coligação uniu apenas os pequenos PSL, PTC e PRB. No segundo turno, recuperou o PCdoB e atraiu o PR e o PSC (que estava com Onix).

"É possível harmonizar um conjunto de forças que aparentemente são divergentes entre si ou são contraditórias entre si, se elas se subordinam a um projeto claro, com alinhamento estratégico e de objetivo", garantiu o prefeito reeleito.

Fogaça não descartou uma aliança entre PMDB e PT para as eleições presidenciais de 2010, mas já avisa: será necessária muita negociação. O PMDB não estará disposto a ser mero coadjuvante, pois foi o partido que elegeu o maior número de novos prefeitos e obteve o maior volume de votos em todo o país.

"O protagonismo do PMDB nesse processo deverá ser marcante e decisivo. Não consigo enxergar o PMDB a reboque de nenhuma situação pré-estabelecida. Ao contrário, só consigo enxergar o PMDB liderando ou estando, pelo menos, lado a lado com outros partidos para constituir um projeto para o Brasil", argumentou.

Ontem, ao acompanhar o voto de Fogaça, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) revelou que continua preferindo uma candidatura própria do PMDB em 2010, embora admita a possibilidade de aliança com o PT.

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