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18/09/2008 - 23h45

Manuela e Rosário acirram disputa por vaga no segundo turno

Flávio Ilha
Especial para o UOL
Em Porto Alegre
Preocupadas em garantir uma vaga no segundo turno a 17 dias do primeiro turno das eleições, as candidatas Manuela D'Ávila (PC do B) e Maria do Rosário (PT) deixaram de lado o prefeito José Fogaça (PMDB), que lidera as pesquisas de opinião em Porto Alegre, e partiram para o ataque no debate realizado na noite desta quinta-feira (18) pela Band TV.

Logo no segundo bloco, Rosário atacou a inexperiência da candidata comunista e a aliança com o PPS, partido pelo qual o atual prefeito foi eleito em 2004. "A senhora não cumpriu o mandato de vereadora e agora não quer cumprir o mandato de deputada federal. Como vai segurar essas velhas raposas?", questionou. Manuela contra-atacou: "Velha política quem faz é a senhora", disse.

O debate foi o último realizado pela Band antes da eleição do dia 5 de outubro. Os seis principais candidatos à prefeitura debateram por quase duas horas. A candidata do PSTU, Vera Guasso, foi a única a não ser convidada por ser de um partido sem representação na Câmara dos Deputados.

A polarização entre Manuela e Rosário continuou no terceiro bloco, numa questão sobre transporte público na cidade. "Eu apresentei a emenda que destina R$ 1,3 bilhão para o metrô de Porto Alegre. Espero que tu reconheças isso, assim como eu reconheço as tuas emendas para as praças da cidade", disse Rosário.

Em resposta, Manuela lembrou que a candidata petista começou sua carreira política no PC do B - ela migrou para o PT em 1998. "Não adianta querer ser dona dos projetos porque a população quer coerência", atacou. "Eu não busco uma causa antes da eleição e outra depois", rebateu Rosário.

Fogaça aproveitou a polarização entre as duas candidatas para se resguardar: quando pôde fazer perguntas, escolheu o candidato do PHS, Carlos Gomes - último lugar nas pesquisas e sem expressão no plano político municipal; quando escolheu quem lhe faria perguntas, elegeu Nelson Marchezan Júnior (PSDB), aliado do PMDB no plano estadual.

Mesmo assim, o prefeito não escapou das cobranças. O candidato do DEM, Onyx Lorenzoni, mostrou recortes de jornais de outubro de 2004 com Fogaça prometendo implantar um sistema de passagem única para o transporte público da cidade. "Por que o senhor não cumpriu?", perguntou.

Fogaça disse, na sua resposta, que a medida depende da implantação do projeto Portais da Cidade, um modelo de transporte que pretende implantar um sistema circular pela zona central de Porto Alegre. "A diferença entre nós, Fogaça, é que eu tenho palavra", retrucou Onyx.

Franco-atiradora, a candidata Luciana Genro (PSOL) perguntou a Carlos Gomes o que ele achava de Manuela e Rosário terem votado a favor da recriação da CPMF na votação da Câmara dos Deputados. "Eu não agüento ver esses discursos de campanha que não combinam com a vida real", disse.

Ela acusou as duas deputadas federais de terem ajudado a reduzir em mais de 50% as verbas de R$ 80 bilhões previstas para a saúde. "Não é verdade. A proposta do Senado era aventureira porque não indicava a origem dos recursos", defendeu-se Rosário.

No primeiro bloco, os candidatos responderam a perguntas de lideranças sociais da cidade, como o presidente do CDL (Clube dos Diretores Lojistas), Vilson Noer, o presidente da seção gaúcha da OAB, Cláudio Lamachia, o presidente do IAB, Carlos Alberto Santana, ou a coordenadora da Associação das Donas de Casa, Edy Mussoi. Os temas envolveram comércio ambulante, ética na política, educação e mobilidade urbana, entre outros.

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