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08/07/2008 - 06h00

Fiscalizar caixa 2 e propaganda irregular é mais difícil em eleição municipal, diz cientista político

Da Redação
Agora é para valer. Começou oficialmente a campanha eleitoral. Em todo o país, serão cerca de 400 mil candidatos a prefeito, a vice e também a vereadores. Até o dia 5 de outubro, data da votação em primeiro turno, os candidatos estarão nas ruas atrás do voto do eleitor.

O pleito deste ano também será o primeiro teste da nova lei eleitoral, que tenta inibir abusos nas propagandas e também o caixa 2, em âmbito municipal. As regras, que proíbem showmícios, outdoors, distribuição de bonés e camisetas, por exemplo, foram criadas em 2006, após crise do mensalão, e implantadas nas eleições para presidente da República, senadores, governadores e deputados.



Para Marco Aurélio Nogueira, sociólogo e cientista político da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a Justiça Eleitoral terá mais dificuldade para fiscalizar as irregularidades.

"A legislação passou por uma prova no plano nacional e, agora, vai ser submetida a um teste que é mais complicado. No plano municipal, é muito mais difícil o exercício da fiscalização. Não apenas porque nós temos mais de 5.000 municípios. Nos municípios nós temos alguns pedaços de vida tradicionais de relacionamento entre eleitores e candidatos, o que não ajuda a efetivação de uma legislação que tenha pretensões mais racionalizadoras", afirma Nogueira.

Segundo o cientista político, o eleitor tem duas alternativas caso constate alguma irregularidade: fazer uma denúncia à Justiça Eleitoral, ou não votar no candidato.

Nogueira ainda analisa as alianças firmadas entre os partidos pelo país. Segundo ele, o fato de não haver coerência nas alianças feitas no plano federal com muitas coligações no plano municipal confunde o eleitor.

"Confunde se o eleitor está ligado particularmente às questões políticas de maneira ampla, o que não é o caso do eleitor médio brasileiro. Isso reflete, e não é de hoje, a falta de importância dos partidos no país", afirmou. "Pode não atrapalhar o voto, mas não ajuda que ele se posicione criticamente dentro do processo político", afirmou.

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