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07/07/2008 - 10h53

Fogaça vira alvo preferencial em 1º debate

Flávio Ilha
Especial para o UOL
Em Porto Alegre
Foi um debate unilateral. No primeiro encontro público entre sete dos nove candidatos à prefeitura de Porto Alegre, ocorrido no domingo (6) à noite, sobrou cautela entre perguntas e respostas e faltaram propostas concretas para o eleitor. Pelo que se viu, o prefeito José Fogaça (PMDB), candidato à reeleição, vai passar toda a campanha sendo atacado pelos partidos de oposição.

O debate foi promovido pelo grupo RBS, rede afiliada da Globo no Rio Grande do Sul. Reuniu, além de Fogaça, Maria do Rosário (PT), Manuela D'Ávila (PCdoB), Luciana Genro (PSOL), Onyx Lorenzoni (DEM), Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e Paulo Rogowski (PHS). Vera Guasso (PSTU) e André Tartas (PCO) não foram convidados porque seus partidos não têm representação no Congresso.

Durante quase três horas, os candidatos puderam fazer perguntas entre si sobre temas livres e sobre temas previamente sorteados, além de apresentar propostas. Mas somente no primeiro bloco houve três pedidos de direito de resposta por parte de Fogaça, que se sentiu atingido pelas críticas dos adversários.

O prefeito foi questionado especialmente pelas denúncias de corrupção contra o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), envolvido em denúncias de licitações superfaturadas no serviço de coleta de lixo em Porto Alegre. Segundo Luciana Genro, as fraudes só não foram concretizadas por intervenção do Ministério Público de Contas. Dos três pedidos solicitados, Fogaça levou apenas um. O prefeito disse que suspendeu as licitações assim que soube das irregularidades. Mas, ao responder, também exagerou nas críticas a Luciana Genro, segundo os organizadores do debate, e igualmente teve de ceder direito de resposta.

O prefeito também foi duramente cobrado pela troca de partido durante o mandato - eleito pelo PPS, ele se filiou ao PMDB em 2007 - e sobre políticas públicas de saúde. Fogaça teve de se defender da acusação de Maria do Rosário (PT) de que a prefeitura gastou 24 vezes mais em propaganda do que em saúde. Segundo a candidata petista, até julho deste ano foram gastos R$ 14 milhões em publicidade pelo governo municipal contra R$ 993 mil em saúde. Fogaça contestou os dados.

O prefeito foi fustigado também pelo preço das tarifas de transporte coletivo: o candidato do DEM, Onyx Lorenzoni, lembrou que a passagem custava R$ 1,75 em 2005 contra os R$ 2,10 atuais - um aumento de 20%. "Em vez de adotar a passagem única, Fogaga adotou a passagem tri cara", ironizou, referindo-se ao nome do sistema de integração entre as linhas implantado pela atual administração e que utiliza a gíria porto-alegrense para designar alguma coisa boa.

O prefeito, entretanto, não ficou apenas na defensiva. Fogaça cobrou ações mais efetivas dos governos do PT, que administraram Porto Alegre de 1989 a 2004, na área da habitação. "Enquanto meu governo construiu 5 mil casas em três anos e meio, os governos anteriores nunca passaram de mil por ano", atacou. Maria do Rosário, que se identificou explicitamente como representante do governo Lula no debate, disse que as casas populares da atual administração foram construídas com recursos federais.
Nos últimos blocos, os debatedores deixaram as provocações de lado para fazer propostas. Mesmo assim, não houve avanços.

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