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23/06/2008 - 19h53

Bons de voto acirram disputa em Porto Alegre

Flávio Ilha
Especial para UOL
Em Porto Alegre
Mesmo faltando uma semana para o prazo final das convenções partidárias, que se encerra no próximo dia 30 de junho, o quadro eleitoral de Porto Alegre está definido. Com a desistência do deputado estadual Nelson Marchezan Júnior (PSDB), a capital gaúcha terá seis chapas disputando a prefeitura nas eleições de 5 de outubro - a maioria delas com nomes considerados "bons de voto". O atual prefeito José Fogaça (eleito pelo PPS e atualmente no PMDB) vai anunciar sua candidatura à reeleição apenas na próxima sexta-feira (27), três dias antes do prazo final.

Segundo a pesquisa mais recente, divulgada no dia 8 de junho pelo Correio do Povo/Instituto Methodus, Fogaça lidera a corrida eleitoral com 27,9% das intenções de voto, mas tem contra si o fato de ter trocado de partido em pleno mandato e de estar protelando a disposição de concorrer - estratégia vista pelo cientista político e professor André Marenco como arriscada. "Parlamentares que trocam de partido geralmente apresentam desempenho inferior na eleição seguinte", afirma Marenco, professor do Departamento de Ciência Política da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Ancorado numa aliança poderosa, o prefeito terá como vice o ex-secretário de Educação do governo gaúcho José Fortunati (PDT). Contará ainda com apoio do PTB, legenda com bom coeficiente eleitoral em Porto Alegre, e garantia de um tempo generoso no horário eleitoral gratuito no rádio e na tevê que começa em 19 de agosto. O PSDB, que realiza convenção no dia 29, ainda não confirmou adesão à reeleição de Fogaça.

Das seis candidaturas, três são de mulheres. E todas são de esquerda, a começar pela deputada federal Luciana Genro (PSOL), que há 15 dias protocolou pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB) por conta da fraude no Detran/RS. Candidata mais votada em Porto Alegre nas eleições de 2006 (cerca de 67 mil votos), Luciana não conseguiu atrair apoios importantes para sua chapa, que será composta pelo vice Edson Pereira (PV). "Queremos ser uma alternativa a esse modo de fazer política em balcão de negócios", disse na convenção do último domingo (22). Segundo o Correio do Povo/Instituto Methodus, Luciana tem 9,2% das intenções de voto.

A maior frente está organizada em torno da candidatura de Manuela D'Ávila (PCdoB), também deputada federal e igualmente boa de voto (64,5 mil em 2006 somente em Porto Alegre). Ela possui 11,3% das intenções de voto. Além do vice Berfran Rosado (PPS), a candidata comunista terá em seu palanque integrantes de legendas consideradas conservadoras como PR, PMN, PT do B e PTN. O PSB, tradicional aliado do PT nas disputas eleitorais de Porto Alegre, também aderiu à candidatura. "Não me sinto constrangida (em criticar a atual administração, eleita pelo PPS), porque nada do que havia sido pactuado foi feito", afirmou a comunista na festa que homologou a chapa no domingo (22).

O PT tenta retomar a prefeitura, perdida em 2004 depois de um período de quatro mandatos consecutivos, também com uma candidata de boa densidade eleitoral na capital. A deputada federal Maria do Rosário (43 mil votos em Porto Alegre nas eleições de 2006), que bateu o ex-ministro Miguel Rossetto na prévia realizada pelo partido em 16 de março, está em campanha informal há duas semanas - a convenção que homologou a chapa foi realizada no dia 15 de junho. O partido vai sozinho para a disputa, depois de ver fracassadas as tentativas de aliança com PDT, PSB e PCdoB. A petista aparece em segundo lugar na disputa, com 19,1% das intenções de voto.

A lista se completa com a candidatura do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM), que referendou o nome do roqueiro Mano Changes - vocalista da banda Comunidade Nin-Jitsu e deputado estadual pelo PP - para a vaga de vice. "Ele trouxe a cultura e a juventude para nossa candidatura", festejou Onyx durante a convenção do PP neste domingo. Ele aparece na pesquisa com 8% das intenções de voto. A chapa também terá apoio do PSC.

A eleição em Porto Alegre terá ainda a candidatura de Paulo Rogowski (PHS).

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