O número de abstenções subiu de 13% para 15% entre o primeiro e segundo turnos das eleições em Manaus. De acordo com o presidente do TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas), desembargador Ari Moutinho, o crescimento no número de eleitores faltosos se deveu, principalmente, às falhas do sistema de transporte coletivo durante o horário de votação.

No primeiro turno, 137.369 eleitores deixaram de votar em Manaus. No segundo, esse número aumentou para 165.540. O transporte de passageiros no dia das eleições em Manaus é gratuito, entretanto, a Justiça Eleitoral detectou que dezenas de ônibus das empresas de transporte coletivo da cidade não estavam circulando com a freqüência devida.

O problema já era esperado e até o Exército disponibilizou um helicóptero para a Justiça Eleitoral vistoriar as garagens das empresas, mas nem mesmo isso foi suficiente. Nas paradas e nos terminais de ônibus, dezenas de passageiros esperavam até uma hora para pegar um coletivo.

"Tenho a impressão de que se não fosse esse problema com os ônibus, as eleições teriam sido muito mais tranqüilas. Estou certo de que foi esse o motivo do aumento no número de abstenções", afirmou o desembargador.

De acordo com boletim lançado pela Justiça Eleitoral, foram expedidos 13 mandados obrigando as empresas e cooperativas que operam o sistema de transporte coletivo a colocarem toda a sua frota em atividade durante o horário de votação.

A Justiça Eleitoral ainda vai solicitar à Polícia Federal que investigue o porquê de dezenas de ônibus não terem circulado durante o horário de votação. "Quem quer que esteja por trás disso vai ter que responder. Foi um atentado ao direito do cidadão de votar e isso é inaceitável", disparou Moutinho.

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