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25/10/2008 - 12h06

Debate em Manaus é marcado por poucas propostas e momentos engraçados

Leandro Prazeres
Especial para o UOL
Em Manaus
O primeiro e último debate entre os candidatos ao segundo turno das eleições de Manaus, promovido pela TV Amazonas, afiliada da Rede Globo nesta sexta-feira (24), Serafim Corrêa (PSB) e Amazonino Mendes (PTB) mostrou dois candidatos apresentando poucas propostas e inúmeras críticas recíprocas. Não houve surpresas nem "pegadinhas" e os candidatos mantiveram-se extremamente equilibrados.

Temas como o abastecimento de água e a saúde feminina foram recorrentes. A primeira pergunta do debate foi, justamente, de Serafim Corrêa questionando sobre o que Amazonino fez, enquanto prefeito, pela melhoria do sistema de abastecimento de água.

O petebista respondeu afirmando que foi a privatização da concessão, feita por ele enquanto era governador na década de 90, que viabilizou investimento ao sistema. "Foi a privatização que o 'Negão' fez lá atrás que possibilitou tudo isso que vocês estão fazendo agora", afirma.

Entre a carga de críticas despejada por Amazonino, o candidato enfatizou o que qualificou como "lentidão" da gestão de Serafim. "O senhor foi vagaroso e lento", criticou Amazonino ao questionar Serafim sobre o porquê de a repactuação do contrato com a empresa concessionária de água só foi feita em 2007.

Alvo de polêmicas durante o horário eleitoral gratuito, a maternidade municipal Moura Tapajóz também foi tema de desentendimentos entre os candidatos. Durante o horário eleitoral gratuito de TV, Amazonino criticou Serafim por a maternidade não ser equipada com UTI neo-natal. Na última semana, Serafim foi ao local e mostrou os equipamentos em funcionamento da UTI. No dia seguinte, Amazonino usou seu programa de TV para reconhecer que, de fato, havia UTI neo-natal no local. Passou então a criticar o atual prefeito por a maternidade não ter UTI materna.

Ao longo do debate, os candidatos estenderam o tempo de suas respostas para além do tempo devido. Por mais de duas vezes, os candidatos usaram o tempo de uma resposta para falarem sobre perguntas realizadas anteriormente. Ainda no primeiro bloco, Serafim Corrêa, demonstrando certa tensão, pediu que a mediadora, a jornalista Daniela Assayag, não a interrompesse.

Um dos momentos engraçados do programa foi no quarto bloco, quando Serafim perguntou a Amazonino o que "ele entendia por saneamento básico". Perspicaz, Amazonino gracejou. "Eu esperava não vir aqui para dar aulas."

Na réplica, Serafim respondeu. "Não lhe vejo como professor. O senhor me respeita e eu lhe respeito e assim vamos fazer um debate de alto nível", devolveu Serafim.

Em outro momento, Serafim criticou o tom supostamente "professoral" de Amazonino. "Ele quer dar aula pra Deus."

Outra intervenção que arrancou risos de quem estava no estúdio onde era realizado o debate também veio de Amazonino. Ao responder sobre suas realizações como prefeito, o petebista exaltou, de forma irônica, a grande quantidade de verbas federais a que a prefeitura de Serafim teve acesso. "Ah se eu tivesse um Lula."

Em suas considerações finais, Amazonino disse que esta é, "possivelmente", a campanha mais importante de sua vida. "Com a minha experiência, posso garantir que, talvez, essa tenha sido a campanha mais importante da minha vida. E você [eleitor] é personagem principal."

Serafim, por sua vez, agradeceu o apoio que recebeu de aliados como o senador Arthur Virgílio (PSDB) e lembrou o senador falecido Jefferson Péres, de quem era aliado e amigo pessoal. Ele recordou a expressão usada pelo parlamentar em 2004 ao definir o eleitorado de Serafim.

"O exército invisível de que falava o senador Jefferson Peres já está trabalhando. Espero que você, eleitor, na hora em que estiver, só você e Deus, diante da urna, reflita sobre o quer para o futuro da cidade", concluiu.

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