Justiça impede viagem de barco: suspeita é de compra de votos

A Justiça Eleitoral do Amazonas impediu, nesta quinta-feira (2), a partida de dois barcos que saíam de Manaus rumo a Parintins (a 370 quilômetros). A suspeita da juíza Melissa Sanches, que expediu a decisão, é de que políticos locais teriam pago os bilhetes de alguns passageiros em troca do voto. Mais de 300 passageiros foram prejudicados.

Os barcos Parintins e Príncipe do Amazonas deveriam deixar a capital amazonense na manhã desta quinta-feira, mas, de acordo com a decisão da Justiça, só poderão deixar a capital às 23h50 do próximo sábado (4). Como a viagem entre Manaus e Parintins dura, em média, 19 horas, os passageiros não teriam como chegar ao município a tempo de votar.

A decisão da juíza atendeu a uma representação movida pela coligação do candidato Enéas Gonçalves (PMDB) contra a de Bi Garcia (PSDB), atual prefeito e candidato à reeleição. Na representação, a coligação de Enéas acusa o rival de ter pago passagens a passageiros do barco.

O cancelamento da viagem deixou diversos passageiros nervosos. Houve princípio de tumulto, mas a situação foi contornada posteriormente.

De acordo com a proprietária do Príncipe do Amazonas, Alessandra Pontes, a decisão da juíza Melissa Sanches foi arbitrária. "Nós vamos recorrer dessa decisão porque entendemos que ela é arbitrária. Ela diz que políticos pagaram as passagens, mas isso não ocorreu. Todo mundo que está aqui pagou pelos bilhetes", afirmou a armadora.

A ida de moradores de Manaus aos municípios do interior é prática comum durante as eleições. Parintins é o quarto maior colégio eleitoral do Amazonas, com aproximadamente 53 mil eleitores.

Veja mais notícias de eleições na cidade de Manaus - AM