O primeiro debate realizado entre os concorrentes à Prefeitura de Goiânia mostrou claramente o tom da campanha que mal começou. A liderança folgada nas pesquisas de opinião faz de Íris Rezende, atual prefeito e candidato à reeleição, o grande inimigo dos outros três postulantes. Mesmo ausente ao primeiro encontro dos 'prefeituráveis', promovidos por uma rádio da capital, Rezende foi o principal assunto na discussão.

Sandes Júnior (PP), Martiniano Cavalcante (PSOL) e Gilvane Felipe (PPS) participaram do debate e o alvo de dos três foi o atual prefeito. "Ele foi desrespeitoso com os adversários e, principalmente com os ouvintes que queriam ouvir as propostas de todos", ressaltou Gilvane. "Ele precisa descer do pedestal e discutir soluções para a cidade", alfinetou Martiniano.

A assessoria de Rezende informou que o candidato não compareceu em virtude de compromisso agendado anteriormente, em Brasília, com o Ministro dos Transportes,
Alfredo Nascimento. "A reunião já estava agendada. Não poderíamos simplesmente ligar no ministério e dizer para o ministro que o prefeito não iria", comunicou a assessoria de imprensa de Rezende.

Os três que compareceram responderam a perguntas de jornalistas e ouvintes. A discussão teve duração de duas horas e não empolgou. A ausência do principal concorrente esvaziou o debate. "Fez falta. A discussão poderia ser bem melhor aproveitada. A ausência prejudicou e frustrou todo mundo. Os eleitores queriam ouvir a proposta de todos", afirmou Sandes Júnior.

Entre os presentes, prevaleceu o clima de cordialidade. Cada um apresentou propostas para temas diversos, como transporte, saúde, segurança, ciência e tecnologia, dentre outros. Discutiram os principais problemas da cidade e prometeram soluções. Sandes Júnior, por exemplo, mais uma vez defendeu seu projeto de construção do metrô de superfície. Também prometeu redução de impostos, para atrair investimentos para o município.

A aposta de Gilvane Felipe, do PPS, é a área de ciência e tecnologia. Ele apresentou proposta de democratizar o acesso da população à internet gratuita. Também aproveitou para criticar o atual prefeito. E apresentou números que, segundo ele, comprovam que não houve qualquer investimento na área em pelo menos dois anos da gestão de Íris Rezende.

Martiniano apresentou propostas para transporte, educação e saúde e também não perdeu a chance de bater na administração de Íris Rezende. Ele criticou, por exemplo, a indicação de um dono de hospital particular para comandar a Secretaria de Saúde do Município. "Tem que separar. Legalidade de moralidade", destacou.

Campanha nas ruas

Nas ruas, assim como no debate, ainda não existe clima de campanha. Apesar de alguns candidatos até já anunciarem agenda de atividades, pouca coisa foi feita. Apenas algumas raras caminhadas e visitas a feiras livres. A maior parte das ações de campanha se resumiu a reuniões internas com apoiadores. Material de campanha também não chegou às ruas.

"Estamos na expectativa de aumentar a produção em 30%. Mas isso só depois da semana que vem. Por enquanto, pouca coisa foi feita. Mas estamos produzindo e esse material deve estar disponível a partir do próximo final de semana", diz o presidente da Associação das Gráficas de Goiás, Antônio de Souza Almeida.

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