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14/07/2008 - 17h15

Transporte é bandeira de campanha de todos os candidatos de Goiânia

Sebastião Montalvão
Especial para o UOL
Em Goiânia

A campanha de rua mal começou em Goiânia, mas um assunto tem polarizado as discussões entre os candidatos. A questão de trânsito e transporte promete ser o foco da disputa eleitoral. Com pouco mais de 1,3 milhões de habitantes, proporcionalmente, Goiânia tem uma das maiores frotas de veículos do País. E os efeitos disso são claramente observados nas ruas, com vários pontos de engarrafamento em horários de pico.

Segundo levantamento do Departamento Nacional de Trânsito (Detran), Goiânia tinha, em 31 de maio deste ano, 807.825 veículos circulando pelas ruas. Trata-se de um veículo para cada 1,6 habitante. De janeiro a maio deste ano, foram emplacados 32.668 veículos novos e outros 9.279 usados foram transferidos para a capital. No total, em cinco meses, a frota aumentou em 41.942 unidades, o que dá um aumento médio de quase 280 carros e motos em circulação por dia.

Todos concordam que a preferência do goianiense pelo carro se deve à fragilidade do sistema público de transporte. O ponto de discordância dos candidatos é no que se refere às soluções. A oposição se adiantou em abrir o debate sobre o problema, considerado que esse é o "calcanhar de Aquiles" da gestão de Íris Rezende (PMDB), candidato à reeleição

"A solução é a construção de um metrô de superfície. Só assim conseguiremos compensar o déficit que existe. O Brasil caminha para isso. E vem aí o PAC da Mobilidade, que prevê investimentos de R$ 30 bilhões em cidades com mais de 500 mil habitantes", ressaltou o candidato do PP, Sandes Júnior.

Já Íris Rezende até admite uma discussão em torno da construção do metrô, mas afirma que a prioridade não é essa. "Entendemos a importância do tema, mas essa é uma solução de longo prazo. Prioridade agora é a determinação de corredores exclusivos, a renovação de frota de ônibus e a reforma dos terminais de integração. Além de intervenções pontuais, como a construção de viadutos, sinalização e melhoria de ruas. E é isso que estamos fazendo", disse o atual prefeito.

Ele sugere que a proposta do adversário não tem sustentação, inclusive financeira. "Ele diz que o dinheiro vem do PAC. Mas quem garante que esses recursos realmente vão chegar? Até agora não foram feitos os repasses para a conclusão do aeroporto, por exemplo. Já estamos fazendo mudança no sistema público de transporte e não temos dúvida que alcançaremos os objetivos. Queremos um transporte de qualidade, de forma que a pessoa deixe o carro em casa e vá de ônibus para o trabalho", ressalta.

Gilvane Felipe, o candidato do PPS, também propõe melhorias no sistema de transporte atual, composto por ônibus. Mas critica a forma que o peemedebista tem feito. "Para entregar 250 ônibus, ele parou o centro da cidade. O usuário, que seria o beneficiado, acabou ficando irritado", ressaltou o candidato que também apresenta soluções alternativas para o setor. "Goiânia é uma cidade plana. Apresentaremos um projeto que incentiva o uso de bicicletas. Inclusive com ciclovias", garante.

Solução alternativa é também a proposta de Martiniano Cavalcante (PSOL). Além de relatar melhorias do sistema atual, com troca de frota e transporte seletivo, ele também aposta no que chama de transporte solidário, onde vizinhos e amigos compartilham um único veículo para fazer determinados trajetos. "É possível e é viável. Basta que desenvolvamos políticas públicas que incentive essa prática", finaliza.

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