01/10/2008 - 16h32
A candidata do PT à prefeitura de Curititba, Gleisi Hoffmann, manteve-se em silêncio sobre o resultado da pesquisa Datafolha, divulgado nesta quarta-feira (1º), que mostra a ascensão de cinco pontos da petista - de 15% para 20% - e a oscilação negativa de quatro pontos de Beto Richa (PSDB) - de 72% para 68%.
Crítica dos institutos de pesquisa, Gleisi deixou de dar declarações sobre os resultados divulgados após acusá-los de não refletirem a "vontade das ruas".
O silêncio da candidata, no entanto, não se estendeu aos coordenadores da campanha. O vereador e presidente municipal do PT, André Passos, distribuiu nota conclamando a militância a ir para as ruas nos últimos dias que antecedem a eleição. "A nossa campanha está indo muito bem e agora os institutos vão ter que ser curvar, porque, no domingo, veremos o resultado nas urnas e Gleisi no segundo turno", afirmou o petista, demonstrando otimismo, apesar dos 48 pontos percentuais de vantagem que Richa mantém sobre Gleisi.
De acordo com o diretor do Datafolha, Marcos Paulino, como esta é a primeira vez que Richa fica abaixo dos 70% na pesquisa estimulada - nas quatro aferições anteriores do instituto anotou 72%, 71%, 71% e 72% -, a conclusão é a de que Gleisi atraiu eleitores do tucano.
O diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo disse que o crescimento da petista, ainda que tardio, pode indicar uma tendência às vésperas do primeiro turno. "Tudo vai depender das pesquisas que serão divulgadas até o fim de semana", afirmou.
Hidalgo não acredita, no entanto, em uma reação que possa levar a disputa a um segundo turno. "O que os institutos de pesquisas aferiram até agora é a realidade das eleições. É claro que o choro é livre, mas os números não devem fugir daquilo que foi divulgado até agora", concluiu.
Nos bastidores da campanha, a petista Gleisi Hoffmann já começa a encontrar "culpados" para o fraco desempenho nas eleições. Nesta quarta-feira (1º) ao saber do crescimento de cinco pontos no Datafolha, Gleisi teria comentado com um de seus assessores que torce para chegar aos 30%, o que lhe garantiria a vaga para disputar o Senado em 2010.
Nos corredores, ela reclama muito da agenda que a obrigou a comparecer no lançamento de candidaturas de vereadores do partido e lamenta que o marido e ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não tenha conseguido exercer sua influência para convencer o presidente Lula a participar de sua campanha, conforme havia sido anunciado.
Gleisi considerou pouco o depoimento de Lula levado ao ar no programa eleitoral e a mensagem telefônica do presidente usada pelo serviço de telemarketing da campanha. Segundo ela, "aquilo" mais atrapalhou do que ajudou.
A assessoria da candidata contesta as informações e diz que "a coordenação da campanha de Gleisi se sentiu muito prestigiada pelo presidente, já que foi a única, além de Marta Suplicy, que teve uma mensagem de telemarketing gravada pelo presidente". Em relação à agenda da candidata, a assesoria diz que "Gleisi se disponibilizou a incentivar e apoiar as candidaturas dos vereadores da coligação sempre que possível, participando de todos os eventos que pôde".