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29/09/2008 - 20h18

"Eu não sou laranja não", diz Lauro Rodrigues

Marcus Vinicius Gomes
Especial para o UOL
Em Curitiba

Candidato do nanico PTdoB à prefeitura de Curitiba, o administrador de empresas Lauro Rodrigues, 40 anos, ganhou fama nacional ao sofrer um "branco" durante o primeiro debate com os concorrentes na TV Bandeirantes, em julho deste ano. As cenas em que ele se atrapalha diante das câmeras viraram "hit" no You Tube com mais de 300 mil acessos. "O primeiro debate a gente nunca esquece", diz Rodrigues. Casado, pai de três filhos, Rodrigues é filho do ex-vereador e ex-deputado estadual, Horácio Rodrigues, de quem foi assessor parlamentar por mais de 16 anos.


O candidato conta que para vencer o medo das câmeras se submeteu a aulas de teatro e teve longas conversas com o pai. Em sabatina na "Gazeta do Povo", principal jornal de Paraná, Rodrigues provocou risadas dos jornalistas ao distribuir um santinho plastificado e insistir que fosse devolvido. "Minha campanha é franciscana. À base de água, sola de sapato e aperto de mão".


Por causa dos ataques ao PT na propaganda eleitoral, foi acusado de "laranja" de Beto Richa pela candidata Gleisi Hoffmann. Diz que só agiu assim para se defender. "Eu não sou laranja não", afirma Rodrigues que, nas horas vagas, gosta de jogar sinuca nos botecos e tomar cachaça com os amigos. A seguir os principais trechos da entrevista.


UOL

- Cenas de sua participação no debate da Band, no início da campanha, viraram sucesso no site de vídeos You Tube. O senhor gostou da popularidade?


Lauro Rodrigues

- O primeiro debate a gente nunca esquece.


UOL

- O senhor pensou em desistir da campanha depois de emudecer diante das câmeras?


Rodrigues

- De maneira alguma. O que eu fiz foi me preparar para o segundo debate. Acho que faltou conhecimento artístico.


UOL

- Como assim?


Rodrigues

- A câmera de TV não te dá o retorno. Você fala com uma máquina. E eu não me senti à vontade com isso. Ainda mais, já ficou claro que não sou um homem de palavras.


UOL

- Como venceu o medo da câmera?


Rodrigues

- Tive aulas de teatro com dois amigos meus. O Max Almeida, que trabalha em especiais para a TV Globo, e o Fábio Pallas, que tem uma escola de atores.


UOL

- Qual é o truque?


Rodrigues

- O truque é ver a câmera como um interlocutor, como um colega com quem você está batendo papo no boteco.


UOL

- O senhor passou pelo mesmo drama durante a gravação da propaganda eleitoral?


Rodrigues

- No princípio foi um martírio. Levei um dia inteiro para gravar 30 segundos do programa eleitoral na TV. No rádio foi a mesma coisa. Depois ficou mais fácil.


UOL

- A Justiça Eleitoral acaba de proibir o comercial do PTdoB com ataques à candidata Gleisi Hoffmann, do PT. O juiz diz que o senhor baixou o nível.


Rodrigues

- Quem baixou o nível foi o PT ao me chamar de "laranja" do Richa.


UOL

- E o senhor é "laranja" do Richa?


Rodrigues

- Não sou não. Fui presidente do PL (hoje PR) de 1993 a 1998. Deixei o partido quando ele se aliou ao PT. A minha opinião sobre o PT na campanha é a que eu sempre tive. Nunca concordei com a linha petista.


UOL

- Mas o senhor foi funcionário da prefeitura.


Rodrigues

- Só no início da administração (em 2005). Fiquei menos de oito meses. Meu trabalho era fazer a interligação da prefeitura com os pequenos partidos. Mas não fui muito bem. Não consegui atender as demandas nem de um lado nem de outro. Acabei fazendo o anti-serviço. Não era política.


UOL

- E qual é a sua política?


Rodrigues

- A melhor. A da boa vizinhança. Política se faz todo dia com os amigos, os colegas de profissão e até com a mulher. Quando tomos uns "goró" e chego tarde em casa, levo flores para a esposa para evitar discussão. Isso é política.

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