22/09/2008 - 18h46
A 57 pontos do prefeito Beto Richa (PSDB), que disputa a reeleição à Prefeitura de Curitiba, a petista Gleisi Hoffmann decidiu usar o espaço de pouco mais de 5 minutos na propaganda eleitoral de rádio e TV para apelar aos eleitores para que adiem sua decisão para o segundo turno.
Pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (18) mostra o tucano em ampla vantagem com 72% das intenções de votos ante 15% de Gleisi Hoffmann. Os demais candidatos atingem, juntos, o percentual de 4% da preferência do eleitorado, que, somado ao da petista, chega a 19%.
A 12 dias do primeiro turno das eleições, os adversários de Richa precisam conquistar mais de meio milhão de eleitores para provocar o segundo turno, o que representaria 17,8 votos por minuto.
Em seu programa eleitoral, a petista tem unificado o discurso da oposição e apelado ao eleitor para a necessidade do "debate sobre Curitiba" prolongar-se por mais 20 dias - referindo-se ao período de intervalo entre o primeiro e segundo turno.
Em debate no Colégio Medianeira, tradicional instituição de ensino da capital do Paraná, na semana passada, Gleisi acusou o prefeito Beto Richa de querer homologar seu segundo mandato antes mesmo de discutir os problemas da cidade. "O segundo turno é importante para que possamos ter esse debate 'olho no olho' sobre o futuro de Curitiba. Vinte dias mais na campanha é pouco tempo, mas pode ser essencial para o futuro de Curitiba", disse a petista.
Nos comerciais do PT, uma personagem reforça essa idéia ao se dizer indecisa entre Richa e Gleisi e decidir que irá votar na petista para provocar o segundo turno e permitir que, com o mesmo tempo na propaganda eleitoral e o debate "cara a cara", o curitibano tenha mais certeza no voto. "Vote pra ter segundo turno", afirma.
Os demais adversários de Richa vem seguindo o mesmo discurso durante os últimos dias da propaganda eleitoral. A exceção é Maurício Furtado (PV), que tem usado o espaço na propaganda eleitoral e nos debates para atacar o que define como projeto político pessoal de Beto Richa.
"Todos sabem que se ele se reeleger será candidato ao governo do Estado em 2010", afirma. Segundo ele, a estratégia é transferir ao vice Luciano Ducci a Prefeitura de Curitiba e, assim, garantir que ele dispute a reeleição em 2012.
"A única herança do Beto (Richa) que ficará para o curitibano é essa porcaria de Linha Verde", assinala, numa referência à avenida iniciada na administração do tucano que liga a região metropolitana ao centro da capital paranaense.