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16/09/2008 - 09h56

Fábio Camargo diz que quer ser o prefeito dos bairros de Curitiba

Da Redação*
O deputado estadual Fábio Camargo, do PTB, é o candidato à Prefeitura de Curitiba pela coligação "Uma só Curitiba", formada pelo seu partido e pelo PRTB. Em sua campanha, o candidato tem afirmado que quer ser o prefeito dos bairros.

Na área da saúde, ele apontou dois problemas graves para os quais prometeu soluções. "O primeiro é a fila nos atendimentos especializados nos postos de saúde. A espera chega até a um ano, dependendo do especialista. Um desrespeito ao contribuinte. O segundo é a falta de leitos nos hospitais do SUS [Sistema Único de Saúde]. As emergências do Cajuru, Hospital do Trabalhador e Evangélico só não estão em colapso por causa da Lei Seca, que diminuiu em 20% o número de acidentes", observou.

Faz parte do seu programa de governo aumentar o número de leitos, credenciando hospitais nos bairros. Segundo Fábio Camargo, "a administração desses hospitais deve ser feita em conjunto com as organizações sociais, Estado e prefeitura financiando o custo real do atendimento, como acontece em São Paulo".

"Vamos implementar tecnologia nos postos de saúde e interligá-los com o Cartão Saúde. As famílias em situação de risco, de posse do cartão, poderão utilizar qualquer posto de saúde onde há um especialista disponível e não ficarão em filas. Para isso, serão abertos novos concursos para a contratação de médicos e enfermeiros", prometeu.

No seu plano de governo para a educação, o candidato afirmou que Curitiba precisa melhorar as condições de trabalho dos professores, dar acesso a ferramentas de ensino mais modernas e ampliar as vagas nas creches e na pré-escola. "É preciso educar a criança a partir das creches, que hoje não passam de depósitos/dormitórios", criticou. Os professores da rede municipal terão prêmios por desempenho. Serão aplicados sistemas de gestão de resultados. Segundo o candidato, uma rede que atende mais de 105 mil crianças tem que ser considerada uma grande empresa.

"Temos também um grande projeto de fazer a troca de cadernos por laptops, com recursos do MEC [Ministério da Educação]. Queremos implementar o cinema e a cultura na escola, com a instalação de projetores multimídia e telas infláveis, além de incentivar a criação das oficinas de dança e teatro. Por meio dos cursos profissionalizantes, onde o aluno aprende e se credencia ao mercado de trabalho, teremos um ensino público de qualidade e resultados", afirmou.

Na área de transportes, o candidato disse que a população está sendo enganada por um projeto de metrô subterrâneo, "que não vai sair do papel". Segundo ele, os curitibanos mais antigos sabem que, no centro da cidade, existe o Rio Ivo, que nasce na altura da rua Vicente Machado e vai até a rua Mariano Torres. "Para fazer o metrô subterrâneo será preciso escavar oito metros abaixo do leito do rio, o que vai encarecer demais a obra e, conseqüentemente, a tarifa do trem".

Segundo Camargo, o sistema viário da cidade, com seus binários e canaletas de ônibus, é bom e consagrado. "O sistema de transporte público ainda é referência, mas está se esgotando e dando sinais de alerta. É preciso aperfeiçoar esses sistemas, aproveitando as vias e canaletas já existentes e implantar nelas um metrô de superfície, projeto cerca de três vezes mais barato do que o metrô subterrâneo e que ficaria pronto em, no máximo, quatro anos", explicou. O trem movido a eletricidade é silencioso, confortável, moderno e rápido, porque não pára nos semáforos, que abrem automaticamente quando o metrô se aproxima.

Ao abordar sua proposta para o saneamento, Camargo disse que o básico nos bairros de Curitiba é sofrível. "Vamos buscar recursos do Ministério das Cidades e, com base no Estatuto da Cidade, monitorar e solucionar o problema das ligações clandestinas de esgoto que poluem os nossos rios", disse. Ele prometeu cobrar da Sanepar [a Companhia de Saneamento do Paraná], que é uma empresa estadual, investimentos condizentes com os recursos que são arrecadados por ela junto aos curitibanos. "E o problema de saneamento também é um problema de habitação. Curitiba tem 90 mil famílias vivendo em 258 áreas de invasão, onde as casas não têm a mínima infra-estrutura de esgoto. Muitas das famílias, que vivem nas áreas de invasão de Curitiba, estão na fila na Cohab, com dificuldades para obter crédito, porque não conseguem comprovar renda", disse. Ele afirmou que se for equacionada a questão da moradia legalizada, logo também será minimizado o grave problema da falta de saneamento.

Histórico

Curitibano, 35 anos, Fábio Camargo começou sua carreira política em 2000, elegendo-se vereador pelo PSC com 8 mil votos. Foi vice-presidente da Câmara dos Vereadores e chegou a ocupar a prefeitura interinamente por dez dias, sendo o prefeito mais jovem da história da capital.

Em 2002 concorreu a deputado estadual, obtendo 34 mil votos, mas não conseguiu a vaga na Assembléia Legislativa porque a legenda ficou com apenas uma cadeira. Voltou a eleger-se vereador em 2004, pelo PFL, com 18 mil votos, a terceira maior votação. Foi primeiro-secretário da Câmara, período em que administrou um orçamento superior a 60% das prefeituras paranaenses.

Em 2006 foi eleito deputado estadual (novamente pelo PFL), com 39 mil votos. Nessa época, foi convidado pelo vice-presidente nacional do PTB, Flávio Martinez, a ingressar no partido, já com o objetivo de concorrer à Prefeitura de Curitiba.

*Com Agência Brasil

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