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29/08/2008 - 12h38

Debate em Curitiba cumpre expectativa do 'todos contra um'

Marcus Vinicius Gomes
Especial para o UOL
Em Curitiba
O "todos contra um" ensaiado no primeiro debate da Band com os candidatos à prefeitura de Curitiba, em 31 de julho, acabou por confirmar-se em sua segunda edição, realizada na noite desta quinta-feira (28).

Os principais concorrentes concentraram-se nos ataques ao prefeito e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), que aparece nas pesquisas de intenção de voto com ampla vantagem.

Poucos minutos antes do início do debate, marcado para ter início às 22 horas, um incidente com um transformador de energia deixou o bairro Mercês, onde fica localizada a sede da Band, às escuras.

Foi preciso acionar os geradores. Bombeiros teriam encontrado uma serpentina metálica presa aos fios de eletricidade, o que poderia indicar que a queda de energia foi proposital. A polícia não confirma.

O primeiro bloco tratou de questão polêmica. Pergunta formulada pela emissora aos oito candidatos abordou o tema aborto. As respostas, no entanto, foram evasivas e trataram de reforçar a prevenção e o investimento em campanhas educativas. Maurício Furtado, do PV, lembrou, no entanto, que o seu partido é a favor do aborto, mas em "condições especiais" previstas na lei.

O debate só "esquentou" no terceiro bloco, quando os concorrentes passaram a fazer perguntas entre si. Ficou evidente, então, que Richa seria o alvo preferencial.

A candidata do PT, Gleisi Hoffmann, questionou o prefeito sobre o gasto em publicidade e propaganda (R$ 85 milhões em quatro anos, segundo ela) e disse ser inadmissível a falta de investimento em creches e na infra-estrutura da cidade.

O peemedebista Carlos Moreira informou ter sido proibido pela direção da emissora de mostrar caixas pretas "cênicas" que representariam os "segredos" da prefeitura de Curitiba. Citou o caso do ICI (Instituto Curitiba de Informática), que recebe R$ 70 milhões anuais dos cofres públicos, e questionou ainda os gastos de R$ 43 milhões na licitação de veículos.

"Fomos impedidos de mostrar as caixas pretas. O fato é que não há transparência na administração municipal", afirmou.

O embate se tornou mais duro, contudo, quando Maurício Furtado questionou Beto Richa sobre quem seriam as empresas doadoras de sua campanha. Furtado acusou o prefeito de receber, em 2004, R$ 300 mil da Cavo e R$ 100 mil da Vega, ambas empresas de lixo.

Ele também apontou Richa como responsável pelo isolamento de Curitiba dos governos federal e estadual, por conta de um projeto político pessoal que o colocaria na disputa ao governo em 2010.

O tucano chamou Furtado de "desequilibrado" e acusou os adversários de fazer um "jogo combinado". "O candidato do PV diz que estou preocupado com 2010. Ora, quem deve estar preocupado é o seu partido, candidato, que em 2010 irá perder dezenas de cargos no Palácio Iguaçu".

Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, o deputado e candidato do PTB à prefeitura, Fábio Camargo, teve participação inusitada ao utilizar o debate para elogiar os partidos que também disputam a prefeitura, instruído que teria sido por marqueteiros a "seduzir" o eleitor de outros partidos, principalmente do PT, PSC - do deputado federal Ratinho Jr. - e PMDB.

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