UOL Eleições 2008 Últimas Notícias

27/08/2008 - 16h37

Beto Richa pode repetir "efeito Aécio" em Curitiba

Marcus Vinicius Gomes
Especial para o UOL
Em Curitiba
Prefeito de Curitiba e candidato à reeleição, o tucano Beto Richa pode repetir nas eleições municipais, em outubro, o feito do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). Há dois anos, Aécio foi reeleito ao governo no primeiro turno com 77% dos votos válidos ante 22% do petista Nilmário Miranda.

Na ocasião, o resultado confirmou as pesquisas de opinião de voto, que já garantiam uma ampla vantagem do tucano sobre seu adversário direto. Nos dias que antecederam a eleição, Aécio chegou a registrar 81% das intenções de voto em pesquisa do Ibope e apenas 2% de rejeição.
  • Divulgação

    Aécio Neves e Beto Richa, do PSDB


    Richa obteve na pesquisa Datafolha, divulgada no sábado (23), 71% das intenções de voto contra 15% de Gleisi Hoffmann (PT), já sob o efeito da propaganda eleitoral gratuita de rádio e TV. Os números praticamente repetem os dados coletados pelo instituto no levantamento anterior, divulgado em 24 de julho (72% a 12%), e assemelham-se aos índices de intenção de voto registrados pelo Ibope e Vox Populi ao longo de um mês.

    De acordo com o economista e especialista em marketing, Murilo Hidalgo, diretor do Instituto Paraná Pesquisas, os números divulgados até agora revelam uma "liderança confortável de Beto Richa que pode levá-lo à vitória ainda no primeiro turno da eleição". "Gleisi deveria estar crescendo em cima do eleitorado de Richa, mas está tirando votos dos demais adversários do prefeito".

    Richa ainda contará com o reforço de Aécio Neves em sua campanha. O governador mineiro estará presente num jantar por adesão que a coligação de Richa promove em Curitiba, no próximo dia 9 de setembro.

    O evento tem o propósito de arrecadar fundos para a campanha tucana. Cada convite custará R$ 1 mil. Os organizadores esperam o comparecimento de pelo menos mil pessoas. Além de Aécio, também confirmaram presença o ex-senador do DEM, Jorge Bornhausen, e o presidente nacional do PPS, Roberto Freire.

    Cenário



    Na análise das duas pesquisas do Datafolha, a petista saltou de 12% para 15%, mas em compensação Fábio Camargo (PTB) caiu de 3% para 2%, Bruno Meirinho (PSOL) foi de 1% para 0% e Carlos Moreira (PMDB) estacionou em 1%. "E qual é a situação do Beto? Caiu de 72% para 71%, uma queda para quem tem uma vantagem tão grande que, levada em conta a margem de erro de 3%, é insignificante", afirmou.

    A pouco mais de um mês da eleição, Hidalgo diz que a única forma de abalar Richa a essa altura é o que ele define como medida de corte moral. "Não adianta ficar fazendo bonitinho e apresentando projetos para a educação, saúde e transportes. As propostas não são diferentes umas das outras. O que é preciso é que a administração de Richa seja posta em dúvida".

    Hidalgo cita o caso das eleições ao governo do Paraná, em 2006. Na época, o senador Osmar Dias (PDT) conseguiu imprimir na imagem de Requião a de um suposto administrador desequilibrado que destratava as pessoas. Por sua vez, o governador minou a candidatura de Dias pondo em xeque uma fazenda de propriedade do pedetista, em Tocantins, e também questionou o seu candidato a vice, Derlin Donim (PP), que respondia a vários processos na Justiça.

    "Não se trata de atacar o adversário pura e simplesmente, mas de incutir a dúvida no eleitorado", assinalou o especialista em marketing.

    Hidalgo lembra ainda que a administração de Richa, que teve uma avaliação positiva de 81% no Datafolha, também é outro obstáculo para os adversários. Segundo ele, apesar da queda de 1% nas pesquisas, a aprovação à prefeitura subiu três pontos percentuais, de 78% para 81%. "Richa surpreende pela robustez administrativa de um modo que nem seus marqueteiros esperavam".

    O quadro atual, contudo, não faz com que Hidalgo se arrisque a contar a reeleição de Richa como favas contadas. "A equipe de Cassio Taniguchi (ex-prefeito de Curitiba) pensou dessa maneira em 2000 e quase foi derrotado por Ângelo Vanhoni (PT) no segundo turno".

    O especialista diz que a grande questão eleitoral em Curitiba neste momento é decidir entre os adversários de Richa quem será o "candidato da borduna e do tacape". "Há sinais de que esse papel será destinado ao peemedebista Carlos Moreira, que é o candidato do governador Requião, e uma espécie de franco-atirador na campanha".

    Sobre a vinda de Lula a Curitiba para participar de comício em apoio a Gleisi Hoffmann, em setembro, Hidalgo diz que a vinculação da candidatura da petista ao governo federal deve cansar o eleitorado mais cedo do que se imagina. "Se o Lula vier para fazer um corpo-a-corpo com o eleitor durante três dias nos terminais de ônibus pode ser que faça algum efeito. Do contrário, será inócuo".

    Veja mais notícias de eleições na cidade de Curitiba - PR

    Compartilhe:

      ÚLTIMAS NOTÍCIAS

      Mais notícias

      Hospedagem: UOL Host