Os candidatos a vereador do PRTB em Curitiba ameaçaram nesta terça-feira (8) desistir de concorrer à Câmara Municipal caso não consigam reverter a decisão do juiz da 1ª Zona Eleitoral, Renato Massaro, que obriga o partido a se coligar com o PTB do deputado estadual e candidato à prefeitura Fábio Camargo.
A decisão foi anunciada dois dias depois da Justiça Eleitoral impugnar a candidatura de Marinete Silva, que disputaria a prefeitura, e da destituição do presidente do diretório municipal do PRTB, o vereador Manassés de Oliveira, substituído por Vera Helena Teixeira, candidata a vice na chapa de Camargo.
Cerca de 40 dos 51 candidatos assinaram documento retirando o nome da disputa caso a coligação venha se confirmar. Na lista foram incluídos os nomes de Oliveira e do líder do PRTB na Câmara, Mestre Déa, que concorrem à reeleição.
Os advogados do partido comunicaram que pretendem entrar nesta quarta-feira (9) com um mandado de segurança, em nome de Marinete Silva, para garantir o resultado da convenção que votou favorável à candidatura própria do partido.
O partido deve também protocolar representação criminal no Ministério Público e na Polícia Federal contra o presidente estadual do partido, Marino Teixeira (irmão de Vera), sob a acusação de falsificação de documentos e declaração falsa à Justiça.
Por se tratar de comissão provisória, a decisão pela coligação com o PTB em Curitiba foi tomada pelo presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix, que concorre à Prefeitura de São Paulo.
"Um partido inteiro optar pela desistência da candidatura, por não aceitar a negociação, demonstra que a gente está buscando transparência e ética. Estou com a consciência limpa, certo de que tomo a melhor decisão. Apesar do meu desejo de voltar à Câmara e dar continuidade ao trabalho que tenho executado como vereador, sei que política não se faz apenas com mandato", disse o vereador Mestre Déa, que há um ano migrou do PP para o PRTB.
O candidato do PTB à prefeitura de Curitiba, Fábio Camargo, atacou o vereador Manassés de Oliveira e lembrou que ele ocupou a secretaria municipal do Trabalho até o início deste ano. "O Manassés quer transformar o PRTB, por meio da Marinete, em mais um laranja do atual prefeito (Beto Richa)".
Camargo disse que, ao contrário do que foi anunciado na coletiva, a coligação contou com a aprovação da maioria dos filiados ao PRTB. O petebista acusou ainda Manassés de ser o "dono do partido". "O que eles querem é tentar sabotar uma campanha propositiva e independente", afirmou.
Nesta terça-feira (2), após a entrevista coletiva dos membros do PRTB, Camargo ligou para o vereador Mestre Déa e disse não acreditar na possibilidade dele e de Manassés de Oliveira desistirem da reeleição. "Rasgo meu diploma de deputado se isso ocorrer". Segundo assessores do PRTB, Déa teria respondido com uma indagação: "Rasga o diploma ou abre mão do mandato de deputado?"
Veja mais notícias de eleições na cidade de Curitiba-PR