O candidato do PV a vereador em Curitiba, Professor Galdino, 45 anos, iniciou sua campanha no primeiro minuto da madrugada do domingo (6), prazo fixado pela Justiça Eleitoral para a largada oficial da propaganda em todo o país.
À zero hora, Galdino já se concentrava ao lado do relógio da Boca Maldita - local tradicional de manifestações na capital - para registrar, em foto, o primeiro dia da propaganda eleitoral. A temperatura na capital era de 5 graus."Para quem viveu na Europa por oito anos como eu, o frio até que estava agradável", afirmou.
Em pouco mais de meia hora, acompanhado de um ajudante, Galdino atravessou o calçadão, no centro de Curitiba, carregando um banner com seu nome e número e conduzindo um triciclo adaptado com alto-falantes, que ele chama de "carro de som". O triciclo virou sua marca registrada na cidade e o tornou um personagem folclórico da política curitibana.
Poucas pessoas, no entanto, estavam na rua àquela hora para conhecer as propostas do candidato a vereador. "Minha pretensão não era distribuir santinhos nem fazer discursos. Quis seguir uma tradição. Nas eleições anteriores comecei a campanha à zero hora do primeiro dia e terminei à zero hora do último".
Esta é a terceira vez que o professor de História e Línguas da rede pública de ensino disputa uma cadeira no Legislativo. Nas eleições municipais de 2004, ele obteve 1.671 votos e conquistou a terceira suplência do partido na Câmara de Vereadores. Dois anos depois, amealhou surpreendentes 12.102 votos ao concorrer a uma cadeira na Assembléia Legislativa do Paraná.
A campanha tem custo mínimo. Há quatro anos, a prestação de contas apresentada pelo candidato ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foi de R$ 880. Este ano diz que não irá gastar mais de R$ 1 mil. "Só ultrapassei esse valor em 2006, quando fui candidato a deputado, e mesmo assim porque tive que pagar R$ 500 à produtora para aparecer na propaganda eleitoral da TV. E fui enganado. O dinheiro deveria garantir dez aparições e eu só apareci duas vezes".
O dinheiro, segundo ele, sai do próprio bolso. Galdino foi professor temporário na rede pública até o mês passado. Deixou o emprego para disputar uma das 38 vagas da Câmara. Para financiar a própria campanha, diz que dá aulas de inglês, francês e alemão. Domina ainda o japonês, o italiano e o espanhol.
A bancada do PV na Câmara é composta por três vereadores, mas só um foi eleito pelo partido. Os demais migraram de outras legendas.
Galdino admite que as chances de conquistar uma vaga na Câmara são remotas e critica a direção do PV por não apostar em seu nome. "Em 2006, eu obtive 12 mil votos e quase fui expulso do partido. Parece que alguns não gostaram de ver o meu nome no topo", afirmou.
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