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24/10/2008 - 12h39

Campanha expõe divisão interna do PT em Belo Horizonte

Da Redação*
O ex-deputado estadual Rogério Corrêa (PT-MG) é visto desde o primeiro turno das eleições municipais em Belo Horizonte associado a candidaturas diferentes daquela apoiada por seu partido, a de Marcio Lacerda (PSB), em uma aliança informal do PT com o PSDB do governador Aécio Neves.

No primeiro turno Corrêa e um grupo de dissidentes petistas - entre eles o ex-prefeito de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, Jésus Lima, e o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Estado, Marcos Helênio - integraram a campanha de Jô Moraes (PC do B), que ficou em terceiro lugar na disputa. No segundo turno, o mesmo grupo acompanhou a escolha da candidata comunista e declarou apoio a Leonardo Quintão (PMDB). À Agência Brasil, Corrêa justificou sua posição e a de outros companheiros por integrarem uma corrente denominada "coerência petista", preocupada com as bases históricas do partido. O descontentamento maior é com o prefeito petista da capital mineira Fernando Pimentel (PT).

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"A administração municipal praticamente impôs essa aliança com os tucanos. O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, já avisou que vai punir o Pimentel após as eleições, qualquer que seja o resultado", disse Corrêa. "A Jô Moraes tinha identidade histórica com o PT e agora apoiamos o candidato do PMDB, partido da base do presidente Lula. Está errado quem preferiu se juntar a mensaleiros e tucanos", argumentou o dissidente.

Além dos petistas que apóiam adversários de Lacerda, políticos mineiros de destaque no partido preferiram manter distância dos palanques de BH, também por não referendarem a aproximação com o PSDB. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, ex-prefeito da capital, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, se encontram nesta situação.

Em sua construção a aliança PT-PSDB em BH sofreu resistências internas nas duas legendas. Os caciques que a protagonizam se referem a ela como um gesto de desprendimento pessoal em benefício da cidade. Mas o pano de fundo é a eleição de 2010. A boa convivência com o PT é benéfica aos planos nacionais de Aécio Neves e Fernando Pimentel, após dois mandatos na prefeitura da capital, pretende se consolidar como alternativa à sucessão do governador, se possível apoiado por ele.

O deputado federal petista Virgílio Guimarães, coordenador geral da campanha Lacerda, admite que será necessário um esforço de reaproximação para unificar o partido. "As divergências sempre existem no PT, são normais no jogo democrático, e tem de ser encaradas com equilíbrio. Após as eleições, vamos procurar sentar, conversar e resolvê-las, o quanto antes", afirmou Virgílio à Agência Brasil, em entrevista concedida no início da semana.

*Com Agência Brasil

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