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23/10/2008 - 11h45

Como previsto, Lacerda e Quintão depreciam trajetória do adversário em debate

Rayder Bragon
Especial para o UOL
Em Belo Horizonte
  • Júnia Garrido/Divulgação

    Lacerda e Quintão trocam acusações em debate promovido pelos Diários Associados

O debate entre os candidatos Marcio Lacerda (PSB) e Leonardo Quintão (PMDB) realizado na noite desta quarta-feira (22) pelos Diários Associados foi marcado, com certa previsibilidade, por ataques mútuos e a depreciação das experiências obtidas nos cargos exercidos anteriormente pelos concorrentes ao cargo de prefeito de Belo Horizonte, além de o peemedebista tentar "colar" a imagem do adversário ao mensalão.

O encontro, que teve início aparentemente cordial, descambou para a discussão quando os dois candidatos tiveram a oportunidade de trocar questões entre si. A animosidade se evidenciou e a troca de acusações passou a ser o tema central.

A deixa para o começo do bate-boca foi dado pelo peemedebista ao perguntar se o adversário confirmaria promessa de implantar rodízio de carros na capital mineira. "O senhor está forçando um pouco a barra, em momento algum afirmei que implantaria o rodízio. É uma medida extrema, que só seria utilizada em caso extremo. Não fiz jogo e não estou fazendo jogo. O candidato é que mudou o seu plano de governo três vezes", disse Lacerda.

Em seguida, o socialista questionou a experiência administrativa de Quintão, para tanto, afirmou possuir predicados melhores sobre os apresentados do oponente. Citou a carreira de empresário e as passagens no Ministério da Integração Nacional e na Secretária de Desenvolvimento Econômico do governo Aécio Neves (PSDB).

DEBATE 'HOJE EM DIA'

Quintão tenta associar Lacerda ao "mensalão"; socialista diz que adversário é "manipulador"

O peemedebista aproveitou para associá-lo ao escândalo do mensalão e garantiu ter credenciais superiores. "Eu discordo do senhor. O senhor saiu [do Ministério da Integração Nacional] numa situação desconfortável. Trabalhei muito e não tenho nenhuma mácula nas minhas passagens como vereador, deputado estadual e federal. Eu tenho o dobro de experiência do senhor. Você foi exonerado sob acusação de participar do mensalão", disparou Quintão.

Lacerda rebateu as acusações e atribuiu os ataques do adversário a "desespero por causa de queda nas pesquisas" e prometeu o revide. "Vou processá-lo por injúria e difamação. O senhor está manchando a honra de pessoas honradas", completou.

Em seguida, ele apresentou ao mediador do debate documento afirmando ser do STF (Supremo Tribunal Federal) e que comprovaria sua inocência. Quintão voltou à carga e insistiu com o assunto do mensalão, o que ensejou mais discussão.

"O senhor se associou a Newton Cardoso [ex-governador de Minas Gerais] e agora tenta usar Marcos Valério [acusado de ser operador do mensalão] para afirmar suas mentiras", devolveu Lacerda.

O bate-boca se arrastou por boa parte do debate. Quintão acusou o oponente de adquirir a indicação para ser secretário do ministério chefiado à época por Ciro Gomes por causa de financiamento de campanha do então candidato à Presidência da República.

"O candidato mente e mente muito. Ele foi o maior financiador da campanha de Ciro Gomes [2002] e coincidentemente foi convidado para assumir cargo no Ministério da Integração (Nacional), essa relação é a pior possível", disse.

O peemedebista ainda rechaçou ter na sua campanha a companhia de Newton Cardoso, mas se esqueceu por instantes que havia declarado ter recebido o apoio do PT. "O Newton Cardoso é eleitor em Contagem. A Marília [Campos], do PT, é que correu atrás do apoio dele" disse.

DEBATE 'RECORD'

Reflexo de semana tensa, candidatos partem para o ataque durante debate da Record em Belo Horizonte

Apesar de afirmar cultivar bom relacionamento com o governador Aécio Neves, Quintão disse ser vítima da engrenagem do Estado e imputou ao adversário o uso da máquina pública na campanha. "Estou lutando contra duas máquinas poderosas, a do Estado e da prefeitura, que obriga os servidores no horário de serviço a trabalhar para Lacerda", afirmou.

Em bloco no qual deveriam responder a perguntas de internautas, os candidatos se esquivaram de explicar as questões formuladas para se concentrarem nos ataques mútuos.

Lacerda disse ser o adversário detentor de processos judiciais e o tachou de "fascista". "O deputado se arvora de acusador, promotor, juiz e executor de pena".

O pai do peemedebista, Sebastião Quintão também foi lembrado pelo socialista. "O prefeito de Ipatinga tem 282 processos, inclusive criminais. Agora, ele [Leonardo Quintão] tem atitude fascista. Ele não é do bem", frisou.

Nesse momento o mediador interveio e os ânimos arrefeceram um pouco. Mas, em seguida, voltaram a se digladiar, com Lacerda ironizando o opositor por ele ter supostamente plagiado trechos do plano de governo retirados do site Wikipédia, que é alimentado livremente por informações de internautas.

O peemedebista devolveu dizendo que Lacerda tenta ganhar a eleição "pelo medo" e garantiu, se eleito, não seria "prefeito autoritário". O debate transcorreu sob clima tenso até as considerações finais. No último bloco, os dois trocaram as últimas alfinetadas, já de madrugada.

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