O candidato derrotado pelo DEM à Prefeitura de Belo Horizonte, o deputado Gustavo Valadares, anunciou nesta quarta-feira (22) o seu apoio unilateral a Marcio Lacerda (PSB), que disputa o segundo turno contra Leonardo Quintão (PMDB).

Valadares disse ter enxergado no socialista um concorrente que "comunga com quase todos os pilares da campanha" apresentada por ele durante o primeiro turno.

Apesar de pertencer a partido de oposição ao governo Lula, o deputado garantiu ter tomado a decisão após consultar a direção nacional do partido. Ele afirmou não ter tentado convencer a legenda de seguir a decisão pessoal.

"Deixo claro que o DEM teria dificuldade de, formalmente, assumir uma aliança com o PT, mas eu, como candidato a prefeito no primeiro turno, não poderia deixar de manifestar meu apoio a Marcio Lacerda", disse. O PT indicou o deputado Roberto Carvalho como vice na chapa de Lacerda.

"Achei que seria incoerente se eu trouxesse comigo formalmente a legenda", completou. Valadares ainda afirmou ter escolhido apoiar Lacerda pelo fato de Belo Horizonte precisar de uma pessoa que "não pregue o populismo e não pregue a demagogia". Ele garantiu não ter havido negociação de cargos para empenhar o apoio.

Lacerda

Ainda aparentemente sob efeito da acalorada sabatina realizada contra seu adversário, nesta terça-feira (21), em sede de jornal da capital, Lacerda não poupou críticas ao adversário. "Ele [Quintão], se vivesse no tempo da ditadura, acho que teria uma vocação muito forte para ser um agente da repressão, pela postura que ele demonstrou".

Na sabatina, Quintão acusou abertamente o socialista de ter participado do mensalão e ainda o comparou a pessoa denominada na nomenclatura do tráfico de "avião". Esquecendo-se por instantes do convidado que acabara de apoiá-lo, Lacerda atacou a direita ao se referir à campanha "nos bastidores" empreendida contra ele.

"Isso é fascista. Isso na história, se vocês estudarem a história, todas as vezes que a direita queria dar um golpe, ela usava esse tipo de recurso. Falar uma mentira, simular uma correspondência... é assim que a direita trabalha. E é uma direita barra pesada". Irritou-se, para logo em seguida, contemporizar.

"Eu nem diria que é direita, porque a direita civilizada, de gente de bem, que reconhece, que defende determinados valores mais conservadores, mas quer o bem da cidade, do futuro, está abrigado com muita honra no Democratas", minimizou.

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