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21/10/2008 - 19h37

Quintão tenta associar Lacerda ao "mensalão"; socialista diz que adversário é "manipulador"

Rayder Bragon
Especial para o UOL
Em Belo Horizonte
Os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) e Leonardo Quintão (PMDB), voltaram a trocar acusações durante sabatina do jornal "Hoje em Dia" realizada nesta terça-feira (21). Ambos mostraram o clima que predomina na campanha deste segundo turno. O peemedebista atribuiu a Lacerda participação no escândalo do "mensalão". O socialista, por sua vez, acusou o adversário de "desonesto e manipulador".

Para justificar a suposta participação do adversário no esquema de corrupção, o peemedebista fez uma analogia com o tráfico de drogas. "No tráfico de drogas, tem o avião, (pessoa) que pega a droga de um lado e leva para o outro. Pode ser comparado com isso (participação de Lacerda). Ele fez o contato. Está fazendo o contato do crime. E isso, a Justiça vai decidir se é crime ou se não é crime", acusou Quintão.

A tensão ganhou contornos de confronto explícito e Quintão mais uma vez partiu para o ataque. O peemedebista criticou a aliança feita pelo governador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito Fernando Pimentel (PT) em torno do nome de Lacerda e acusou o adversário de ter participado do escândalo do "mensalão".

"É a esquerda juntando com partido de direita. Isso já foi derrotado nas urnas. O eleitor já mostrou que não quer" afirmou em relação à aliança PT/PSDB, em Belo Horizonte.

"O Duda Mendonça, que é o mentor do mensalão, está agora na sua campanha, dando a você vários conselhos. O Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) esteve aqui no início da campanha e foi tirado logo, (estava aqui) para pedir apoio à sua campanha. Então gente, isso precisa ser dito", acusou Quintão.

Marcio Lacerda procurou se defender e rebateu. "Eu não fui indiciado pela PF (Polícia Federal). Eu não fui denunciado pela CPI, sequer fui ouvido pela CPI. Ficou provado. A Receita Federal vasculhou todas as minhas contas", respondeu, para em seguida complementar.

"O Leonardo Quintão está tentando enganar o povo, como ele tentou distribuindo panfletos anônimos. Agora ele teve a coragem de trazer isso de público. Então, eu desafio aqui trazer todos os advogados que ele quiser, até amanhã, para dizer que eu corro qualquer risco de ser processado", rebateu.

Sobre a participação de Duda Mendonça na sua campanha, Lacerda minimizou a entrada do marqueteiro. "Ninguém se preocupou de esconder o Duda Mendonça de ninguém. E a nossa assessora trocou idéias com ele, inclusive sobre a campanha de Belo Horizonte. Ele não foi contratado pela campanha" explicou.

Em dado momento, o socialista chegou a se exaltar com a presença de assessores de Quintão. "O candidato está apelando, está baixando demais o nível. Seus assessores estão ali dando risadinhas, mas certamente (Quintão) está sendo aconselhado muito mal", exaltou-se com pessoas que estavam na primeira fileira de cadeiras.

O socialista não se acalmou mesmo com o fim do acalorado debate e voltou a atacar o adversário. "Estamos lidando com gente daquela direita mais obscura, mais perigosa, que é capaz de simular situações. Ele (Quintão) é capaz de simular um atentado. Não tem limites a sede de poder dele", disse o socialista ao final do debate.

Após o debate, um dos coordenadores de campanha de Marcio Lacerda, o deputado federal Virgílio Guimarães, negou a participação de Delúbio Soares em alguma das fases da campanha do socialista. "Eu e o Delúbio somos pessoas totalmente afastadas. O Delúbio queria me expulsar do PT" disse.

Papéis invertidos

Os dois candidatos ainda foram confrontados com a utilização de métodos parecidos adotados na campanha. Lacerda adotou a tática de não comparecer em debates com estudantes no primeiro turno da campanha. O socialista liderou a maioria das pesquisas de intenção de voto, cuja vitória era dada como certa na primeira etapa.

Veio o segundo turno, e Quintão despontou como candidato mais bem colocado nas sondagens. Ele passou a adotar a prática de não comparecer em debates com estudantes.

Lacerda atribuiu sua ausência no primeiro turno a "uma indústria de ataques ao candidato que estava em primeiro". Quintão condicionou sua retirada dos debates estudantis, nesse segundo turno, à presença de "militantes contratados" para tentar agredi-lo.

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