UOL Eleições 2008 Últimas Notícias

19/10/2008 - 23h46

Reflexo de semana tensa, candidatos partem para o ataque durante debate da Record em Belo Horizonte

Rayder Bragon
Especial para o UOL
Em Belo Horizonte
Adversários do segundo turno para a Prefeitura de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) e Leonardo Quintão (PMDB), partiram para o ataque durante debate na TV Record, nesta noite deste domingo (19), e evidenciaram o clima de acirramento que havia predominado na campanha durante a semana.

A elevação do tom de trocas de acusações entre os dois candidatos e até denúncia de ameaça de morte deram a tônica dos últimos dias na campanha feita na capital mineira.

Cenário parecido pôde ser observado durante o debate, com Lacerda e Quintão procurando a todo instante desqualificar a experiência administrativa do adversário, enquanto davam explicações sobre programas de governo.

Por seu turno, Lacerda evidenciou experiência adquirida quando trabalhou no Ministério da Integração Nacional. Já Quintão ressaltou os mandatos de vereador, deputado estadual e federal para referendar suas credenciais na gestão pública. O ponto em comum na apresentação dos candidatos foi discurso feito em consonância para continuar todos os projetos de administrações passadas que deram certo.

Inicialmente, responderam a perguntas de jornalistas. Citado pelo nível ruim que tomou conta dos bastidores da campanha, Lacerda relembrou campanha feita contra ele pela Internet e em cartazes apócrifos que o associaram ao escândalo do mensalão. O socialista disse ter sido a acusação a principal causa de perda de votos na reta final do primeiro turno.

Ele aproveitou para acusar Quintão de ter provocado "armação" em debate realizado no dia 14 deste mês na Faculdade de Direito na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). O peemedebista havia veiculado no seu programa eleitoral imagens de suposta tentativa de agressão por militantes adversários no local.

Por sua vez, Quintão rebateu dizendo ter havido "militância contratada" para tumultuar o debate. Afirmou ter sido ameaçado com palavras de baixo calão e provocou Lacerda a provar o que estava dizendo.

Os dois trocaram farpas e disseram ser possuidores de provas que comprovariam as acusações lançadas. Lacerda atribuiu a Quintão o papel de "se fazer de vítima".

O socialista aproveitou para alfinetar o partido de Quintão ao associar a legenda a "práticas muito ruins" e ainda acusou apoiadores do adversário de fazer campanha difamatória contra ele; o peemedebista exigiu direito de resposta.

Ao obter o benefício, o peemedebista preferiu agradecer os apoios recebidos e afirmou que "quem ataca é o outro candidato".

O tom de críticas se acirrou quando os candidatos fizeram perguntas entre si. O socialista atribuiu a Quintão o anúncio de apoios que, segundo ele, o concorrente não possuía. Citou entrevista na qual o concorrente havia externado ter recebido o apoio dos ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e Luiz Dulci (Secretaria-geral da Presidência).

Quintão rebateu ao acusar o socialista de ter copiado projeto do seu plano de governo e inseri-lo na campanha do segundo turno. "Eu não preciso copiar nenhum projeto de governo seu porque eu tenho muita experiência" exaltou-se Lacerda.

Questionado sobre a diminuição da aparição do governador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT) (apoiadores de Lacerda), o socialista afirmou que precisava de mais espaço neste segundo turno para apresentar sãs propostas e os dois principais cabos eleitorais já haviam cumprido o seu papel.

Quintão atacou a aliança formada em torno do nome de Lacerda ao dizer que alguns partidos foram cooptados por serem "legendas de aluguel". (oficialmente, doze partidos formam o arco de apoio, complementados com o apoio informal de duas legendas - PPS e PSDB).

Propostas



Apesar dos ataques, houve tempo para que os candidatos debatessem algumas propostas de governo. Ao ser inquirido sobre o benefício de meio-passe prometido aos estudantes, que implicaria em renúncia fiscal de R$ 90 milhões, Quintão explicou ter orçamento dotado de R$ 50 milhões para custear o benefício prometido.

Lacerda afirmou que dará passe integral para alunos participantes de programas sociais do governo federal. O socialista preconizou uma "humanização" da relação entre os agentes do órgão fiscalizador do trânsito da cidade, a BHTrans, e os condutores de veículos da cidade. O órgão foi alvo de críticas por haver um suposto incentivo da gerência aos agentes para cumprirem determinado número de autuações por mês.

Quintão prometeu melhorar a relação entre os agentes fiscalizadores e os motoristas. O socialista contra-atacou com a promessa de construção de hospital na região do Barreiro (região populosa de Belo Horizonte onde ele havia perdido para o peemedebista, no primeiro turno).

Quintão também fez promessa parecida e acenou com possibilidade de governar a cidade juntamente com as "pessoas e com os melhores técnicos" e manterá as "pessoas do bem" na prefeitura.

Os dois candidatos prometerem alavancar recursos para dar continuidade às obras do metrô de Belo Horizonte e recuperar área degradada da Lagoa da Pampulha, cartão postal da cidade, que enfrenta assoreamento do espelho d'água e poluição por esgotos domiciliares.

Sobre a crise nos mercados financeiros internacionais, caso chegue aos cofres da prefeitura do município, Lacerda vislumbrou possibilidade de reduzir orçamento na área de esporte e nos gastos administrativos da prefeitura. Relembrou ter vivido várias crises e garantiu ser especialista em administrá-las.

Quintão revelou a diminuição de obras estruturantes da prefeitura e dos terceirizados do órgão.

Outro tema espinhoso, a proposta de mudança do terminal rodoviário para o bairro Calafate, região Oeste da capital, foi encarado pelos dois candidatos. O socialista garantiu rever a mudança, que consta no seu programa de governo. A alegação para a suspensão do projeto se originou de reclamações provindas de moradores da região, contrários à mudança.

O peemedebista foi taxativo em dizer que não haverá a mudança do terminal e prometeu a construção de três pequenos terminais em locais limítrofes da capital. Na área da saúde, os dois candidatos levantaram a bandeira da valorização dos profissionais e aumento no seu efetivo.

Os adversários encerram o debate de forma tradicional ao pedir votos aos eleitores.

Veja mais notícias de eleições na cidade de Belo Horizonte - MG

Compartilhe:

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Mais notícias

    Hospedagem: UOL Host