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03/10/2008 - 00h54

Em debate 'quente', adversários de Marcio Lacerda fazem ataques a Fernando Pimentel

Rayder Bragon
Especial para o UOL Eleições
Em Belo Horizonte
Com um segundo turno até então pouco vislumbrado numa eleição fadada a ser resolvida em apenas uma etapa, com a liderança de Marcio Lacerda (PSB) em pesquisas que apontam provável vitória no primeiro turno, os candidatos que participaram do debate nesta quinta-feira (2) na TV Globo partiram para o confronto com o socialista, que deixou a defensiva e também disparou críticas contra os adversários, fazendo com que o debate se transformasse no mais acirrado dos que foram realizados em emissoras de TV, em Belo Horizonte.

De forma unânime, os adversários de Lacerda confrontaram-no com depreciação à atual administração do prefeito Fernando Pimentel (PT), um dos idealizadores da campanha do socialista, e com perguntas ácidas sobre a polêmica participação do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), na sua campanha.

O último debate antes do primeiro turno das eleições foi promovido com a presença dos 5 candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte (ao todo são 9 postulantes) mais bem colocados na pesquisa de intenção de voto feita pelo Ibope na capital mineira no dia 27 do mês passado, conforme acordado entre as assessorias dos postulantes e a TV Globo.

Participaram Gustavo Valadares (DEM), Jô Moraes (PC do B), Leonardo Quintão (PMDB), Marcio Lacerda (PSB) e Sérgio Miranda (PDT).

Foram quatro blocos de perguntas dos candidatos entre si e mais um para as considerações finais.

Logo de início, Lacerda deu mostras de que não iria ficar na defensiva e confrontou Jô Moraes (PC do B) ao relembrá-la que ela havia questionado a união entre PT e PSDB por os partidos terem "visão programática diferente".

A candidata do PC do B, na sua resposta, alfinetou Lacerda, que obtivera o maior tempo de rádio e televisão (11 minutos e 48 segundos) ao atribuir ao debate "um espaço democrático em um momento de tão desigual condição para expressar a nossa opinião".

Jô Moraes relembrou a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que proibira a presença de Aécio na campanha de Lacerda.

"A clara posição acerca de como se situa essa aliança, ela se deu na decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que deu ganho à representação que eu entrei por várias vezes", disse.

O TSE havia proibido nesta quarta-feira (1º) a participação de Aécio Neves nos programas eleitorais de Lacerda.

Na réplica, Lacerda acusou Jô Moraes de "tentar ganhar a eleição no tapetão ao efetuar mais de 30 representações contra a minha candidatura" (foram 36 representações).

Ela ainda reclamou de suposta situação assimétrica na campanha e mais uma vez da participação do governador tucano no programa eleitoral do socialista.

"Democracia exige condições iguais e a democracia exige respeito à lei. O TSE opinou que não podia participar da sua coligação o governador Aécio Neves", emendou.

Todos contra um

Logo no início, os candidatos deram a tônica que permearia todo o debate.

As perguntas formuladas quase entre eles, excetuando-se as feitas a Lacerda, sempre abriam espaço para o participante inquirido criticar a administração do atual prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), numa clara tentativa de encantoar Lacerda.

Leonardo Quintão (PMDB), que se eximira até então de se envolver em discussão com o socialista, o chamou Lacerda de "mal-informado", que por sua vez retrucou ao avaliar que promessas de campanha de Quintão não poderiam ser cumpridas da forma em que foram apresentadas ao eleitor.

Quintão relembrou a ausência de Lacerda em debates com a participação de estudantes que foram feitos em colégios e universidades de Belo Horizonte.

Por sua vez, Sérgio Miranda (PDT) inquiriu Lacerda sobre a participação de Aécio Neves.

"Toda a campanha (de Lacerda) foi feita com a presença do governador. O senhor não acha que isso macula o processo eleitoral, dá ilegitimidade a essa eleição", disparou.

Miranda voltou à carga ao espicaçar Lacerda sobre ação do MPE (Ministério Público Eleitoral), que o havia denunciado ao TRE do estado por suposto abuso de poder econômico e autoridade, juntamente com Aécio, Pimentel e o vice, Roberto Carvalho (PT).

Miranda afirmou que a ação do MPE, se for levada a cabo, tira a legitimidade de uma hipotética vitória de Lacerda.

Ao responder, Lacerda ironizou Miranda ao classificá-lo de "promotor, juiz e executor de sentença".

Em retaliação, o pedetista concluiu avaliando que os apoiadores de Lacerda (Aécio e Pimentel) "se sobressaíram ao candidato".

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