UOL Eleições 2008 Últimas Notícias

28/09/2008 - 22h49

Jô Moraes tenta provocar embate com Lacerda em debate da Record, em BH

Rayder Bragon
Especial para o UOL
Em Belo Horizonte

Em menos de 72 horas, seis dos nove candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte participaram novamente de debate televisivo, que se caracterizou pela tentativa de Jô Moraes (PC do B) de provocar embate com Marcio Lacerda (PSB) e, apesar da expectativa da elevação do tom de discussão observada anteriormente entre os dois, houve moderada retaliação advinda do socialista.


Provocado em alguns momentos, principalmente por Jô Moraes e Vanessa Portugal (PSTU), Lacerda não partiu para o confronto, preferindo não fomentar discussões mais acirradas.


O encontro deste domingo (28), na TV Record, mostrou a busca de Jô Moraes --3ª colocada nas pesquisas-- de provocar, quando surgia a chance, o enfretamento com Lacerda. Para tanto, Jô Moraes alegou existir uma influência desigual no pleito por causa do apoio do governador Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) à Lacerda, que está na liderança das pesquisas (45% segundo o Ibope).


Por outro lado, Leonardo Quintão (PMDB), que figura em segundo lugar na preferência do eleitorado (20%), adotou a tática de esquivar-se das discussões com oponentes para dedicar-se a debater problemas detectados na cidade e mostrar plano de governo.


No primeiro bloco, a candidata do PC do B criticou a aliança em torno de Lacerda, e classificou Aécio e Pimentel de "duas máquinas poderosas" e alegou haver assimetria na disputa. "Há uma desigualdade absoluta no processo de distribuição do tempo de televisão e clima de intimidação e constrangimento para pessoas possam vivenciar a escolha com muita tranqüilidade, já que duas máquinas poderosas se unificaram em torno de uma candidatura", reclamou.

Questionado se havia privilégio na disputa, Lacerda rebateu as críticas e disse não haver o citado benefício.


"Esse privilégio não existe de forma direta. O que existe é uma composição política que levou a construção de uma aliança com 12 partidos formais. Isso é perfeitamente democrático e o tempo de televisão se deriva disso", afirmou Lacerda.


No segundo bloco, quando os candidatos fizeram perguntas entre si, ao ser questionado se daria seqüência nas diretrizes do órgão que fiscaliza o trânsito na capital (BHTrans), Lacerda afirmou a necessidade de uma auditoria no órgão para determinar se há uma "indústria da multa" em curso no órgão. Recentemente, a BHTrans ficou em evidência ao ser questionada um programa que estimulava agentes fiscalizadores a ter metas de multas a ser alcançadas no mês.


Por seu turno, Sérgio Miranda (PDT) criticou a falta de investimentos na infra-estrutura viária da cidade e foi um dos mais contundentes em atacar a atual administração da cidade.


Em dado momento, Vanessa Portugal (PSTU) questionou Marcio Lacerda sobre uma suposta falta de pagamento de insalubridade a funcionários de empresa da qual o socialista era proprietário e, em seguida, sugerindo um contra-senso, afirmou ter Lacerda doado R$ 1,15 milhão à campanha de 2002, sem, no entanto, citar o candidato beneficiado.


O socialista, que foi empresário do setor de telecomunicações, não se exaltou e afirmou ter sempre remunerado "muito bem" seus ex- empregados. Ainda disse ser intrínseca à democracia a procura da justiça em caso de disputas sobre alegação de direitos trabalhistas. "Em 30 anos, nós tivemos cerca de 50 mil pessoas trabalhando comigo", afirmou. Alegou ainda ter distribuído quase US$ 7 milhões em dividendos a eles nos anos de 1998 e 1999.

O terceiro bloco também foi de perguntas de candidatos entre si.


Quando surgiu a oportunidade, Jô Moraes pretendeu atribuir a Lacerda comentário no qual o socialista havia relacionado a propensão ao crime à má formação genética.


Lacerda devolveu dizendo que Jô Moraes estava fazendo uma afirmação "incorreta, injusta" e disse não ter sido o autor da afirmação.


Jô Moraes voltou à carga e relembrou frase de Lacerda. O socialista havia afirmado que "pisaria no pescoço" de quem estava espalhando cartazes apócrifos com alusão a uma suposta ligação do socialista com o escândalo do mensalão.


Lacerda ensaiou uma resposta mais ríspida, mas preferiu se referir de forma indireta e afirmou se tratar de "ataques orquestrados a mando de adversários".


"Disse que usei uma expressão inadequada. Pedi desculpas, mas [a declaração] refletia a minha indignação contra adeptos de meus adversários ou minhas adversárias, não sei quais, que espalharam cartazes me ofendendo", rebateu Lacerda.


Sem ter havido mais chances de confronto, o debate transcorreu sem alteração até o final.


Ausentes


A Record levou em conta representatividade na Câmara dos Deputados para chamar os candidatos. Assim, Jorge Periquito (PRTB) e Pepe (PCO) não foram convidados já que suas legendas não têm parlamentares na Casa. O postulante do PT do B, André Alves, não compareceu, apesar de ter sido convocado, conforme a emissora informou.

Veja mais notícias de eleições na cidade de Belo Horizonte - MG

Compartilhe:

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Mais notícias

    Hospedagem: UOL Host
    Em menos de 72 horas, seis dos nove candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte participaram novamente de debate televisivo, que se caracterizou pela tent%>