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11/09/2008 - 15h59

Petistas insatisfeitos com dobradinha PT-PSDB criam grupo de apoio a Jô Moraes

Rayder Bragon
Especial para o UOL
Em Belo Horizonte
Abrigados sob a denominação de "Coerência Petista", a ala do PT da capital mineira que decidiu apoiar a candidatura da deputada federal Jô Moraes (PC do B) à Prefeitura de Belo Horizonte reúne cerca de 50 militantes que compartilham o propósito de influir os eleitores declarados indecisos e tentar forçar 2º turno na eleição majoritária deste ano na cidade.

A menos de um mês para o dia da votação e apesar de pesquisas de intenção de voto indicar a projeção de vitória de Lacerda já no primeiro turno na capital mineira, integrantes do grupo afirmam ser o número de militantes petistas que apóiam a deputada bem maior e dizem acreditar em reviravolta no cenário político delineado em Belo Horizonte para as eleições majoritárias de outubro.

"Nós montamos o grupo 'Coerência Petista' e semanalmente temos nos reunido para discutir a agenda da Jô [Moraes] e em quais lugares a gente vai participar e também como a gente vai ajudar", revelou Luis Ronaldo Carvalho, militante do PT e um dos interlocutores do grupo.

"Nós temos atividade própria. Hoje mesmo houve panfletagem somente de petistas", acrescentou Carvalho, que também é um dos coordenadores da campanha de Jô Moraes.

Para ele, o percentual de indecisos (12% conforme pesquisa do Datafolha publicada no dia 6 de setembro) deverá ser o alvo das ações da "Coerência Petista" na reta final de campanha, alimentada por uma "estagnação na campanha de Marcio Lacerda.

"Apesar das pesquisas servirem como referência, a que vale mesmo é o dia da eleição. As pesquisas estão mostrando que existe um grande número de indecisos e há 15 dias a campanha dele [Marcio Lacerda] está estagnada, ele não sai dos 38% a 40%. Nós acreditamos que ele chegou ao teto e agora vamos trabalhar pelos indecisos", avaliou Carvalho.

Outro integrante do grupo, o ex-deputado Rogério Correia, vislumbra no grupo recém-criado pelos dissidentes uma nova tendência para perdurar dentro das hostes do PT municipal mesmo após as eleições desse ano.

"É uma supratêndencia que vai buscar chamar a atenção do partido para que os objetivos estratégicos ideológicos permaneçam acima de objetivos pessoais. Será uma visão mais global do que nós queremos, como estamos inseridos num projeto maior de mudança, inclusive analisando como será a própria continuidade do governo Lula", revelou Correia.

Queda-de-braço

A parcela petista contrária à aliança entre PT e PSDB trava uma queda-de-braço com a direção municipal da legenda em Belo Horizonte que, por seu turno, referendou apoio a Marcio Lacerda (PSB), indicando o deputado estadual Roberto Carvalho (PT) como vice na chapa encabeçada pelo socialista.

O conselho de ética do Diretório Municipal do PT acenou com punição a quem desobedecesse à resolução tomada pelo partido em convenção partidária, mas até o momento não houve retaliação à defecção dos insatisfeitos.

A controvérsia entre os petistas de Belo Horizonte se arrasta desde o anúncio da intenção de levar a cabo a aliança entre PT e PSDB na capital mineira, fomentada pelo governador Aécio Neves (PSDB) e pelo prefeito Fernando Pimentel (PT) desde o final do ano passado.

Os rebelados tentam, até agora sem sucesso, frustrar a empreitada de Aécio e Pimentel.

A última atitude dos insatisfeitos foi requerer a intervenção da Executiva Nacional do PT na instância municipal da legenda, "que estava entregue às baratas", segundo o ex-deputado Rogério Correia, um dos principais opositores à dobradinha entre tucanos e petistas personificada na indicação de Marcio Lacerda para disputar a Prefeitura de Belo Horizonte.

A argumentação utilizada por Correia e pelos outros signatários do documento enviado à Executiva Nacional, pedindo a intervenção no Diretório Municipal do PT, havia sido a constante presença do governador Aécio Neves em atividades de campanha de Marcio Lacerda (a instância nacional petista proibiu a coligação formal do PT com os tucanos).

A direção nacional do partido preferiu protelar para depois do término da eleição deste ano decisão sobre o assunto.

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