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26/10/2008 - 19h30

Em disputa quente com peemedebista, Duciomar
Costa (PTB) se reelege para mais quatro anos em Belém

Antônio Lima/Divulgação

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Duciomar Costa

  • Partido: PTB
  • Idade: 53 anos
  • Local de nascimento: Belém
  • Profissão: ex-taxista e ex-feirante
  • Patrimônio: R$ 1.795.191,15

Belém merece dar continuidade a esses projetos. Então, precisamos cuidar desta cidade com a paixão que ela merece

Meu projeto é me entregar ao povo, que me deu tantas vitórias. Se for preciso mais 4 anos para concluir as obras, eu fico

Irna Cavalcante
Especial para o UOL
Em Belém



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Eleito em 2004 com 58,28% dos votos, o candidato Duciomar Costa (PTB) chega à reeleição depois de uma disputa quente com José Priante (PMDB). Apesar de ter o maior número de aliados no primeiro turno e obtido 35% dos votos no dia 5 de outubro, Duciomar teve que enfrentar uma verdadeira "tropa de choque" nesta segunda fase do pleito.


À exceção do PSDB, de quem teve apoio, partidos como o PT, que comandam a administração federal e estadual, os partidos de esquerda e o PPS se aliaram ao seu adversário nesta disputa, mudando consideravelmente a correlação de forças no cenário eleitoral em Belém. Os democratas da candidata Valéria Pires Franco e os psolistas de Marinor Brito preferiram não se manifestar. Entretanto, a tão esperada transferência de votos não se confirmou e quem saiu vitorioso mais uma vez foi o atual prefeito, que reassume o cargo com novos desafios.


Às 18h deste domingo, a boca-de-urna do Ibope já apontava a vitória de Duciomar. O mesmo Ibope apontava Duciomar como reeleito em sua última pesquisa divulgada no sábado.


No debate da Globo, na sexta (24), a Copa do Mundo foi um dos temas abordados. Duciomar acredita que Belém pode ser uma das sedes em 2014. E aproveitou para alfinetar Priante. "A comissão da FIFA veio aqui e saiu encantada com a nossa cidade, ainda bem que o senhor (Priante) não estava lá para olhar para eles e que também eles não assistiram ao seu programa, porque o que o senhor quer é fazer da nossa cidade um caos", disse.


Duciomar vem sob o guarda-chuva da "Coligação União por Belém" que reúne, além do PTB, partidos como PT do B, PR, PV, PDT, PSDC, PRP, PTC, PSC e PRTB, os quais devem ser aninhados na sua nova administração. O PSDB também deve reafirmar sua participação nas secretarias. Atualmente o tucanato comanda a saúde municipal.


O que você achou da
vitória de Duciomar Costa?

Ele, que já foi taxista e feirante, formou-se em Ciências Jurídicas pela Universidade da Amazônia, já foi casado e tem três filhas adultas. A primeira vez que ele concorreu a um cargo eletivo foi em 1988, quando chegou à Câmara de Vereadores, com apenas 1.384 votos. Reelegeu-se em 1992 e dois anos mais tarde conseguiu uma vaga de deputado estadual. Na eleição seguinte, foi reeleito como o deputado mais votado, com mais 50 mil votos.


Dois anos mais tarde, tentou o cargo de prefeito de Belém, foi para o segundo turno, mas perdeu para Edmilson Rodrigues (então no PT, hoje no PSOL), que conquistou a reeleição. Na época, as denúncias de que no passado ele exerceu ilegalmente a oftalmologia foi suficiente para jogar por terra sua candidatura.


A volta por cima veio dois anos depois, quando foi eleito para o Senado Federal com a expressiva votação de mais de um milhão de votos que fez dele o senador mais votado do Pará. No Senado, conquistou a liderança da bancada de seu partido, o PTB.


Duciomar Costa chegou ao Executivo Municipal nas eleições de 2004, na disputa com a atual governadora Ana Júlia Carepa (PT). E foi eleito sob as bênçãos do PSDB e DEM, que por 12 anos dominaram a política no Pará.


Administração

Nos primeiros dois anos como prefeito municipal, Duciomar enfrentou fortes críticas por suas constantes viagens à Brasília, ausência a que ele atribui às reuniões em busca da recuperação de crédito do município que estava afundado em dívidas.


Entretanto, este não foi o único calo do prefeito. Projetos considerados importantes da sua gestão, como Portal da Amazônia e o Hospital Sírio Libanês, foram alvos constantes de intervenção do Ministério Público. Ele também responde hoje há três ações por improbidade administrativa na Justiça, que inclusive sustentaram o pedido de impugnação de candidatura proposto pelo Ministério Público Eleitoral, e que caíram no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por não ter nenhuma decisão transitada em julgado. Seu nome consta na lista divulgada pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) dos candidatos com a chamada "ficha suja" (que respondem a ações penais, de improbidade administrativa e eleitoral).


Durante sua gestão, descontinuou os projetos sociais da gestão anterior, a exemplo do programa Sementes do Amanhã e Escola Circo, mas por outro lado concluiu obras estruturantes a exemplo do Complexo Viário do Entroncamento e a Feira da 25 de Setembro.


As 5 principais promessas

  • 1. Programa para oferecer regime de semi-internato, destinado a jovens, adolescentes e crianças
  • 2. Asfaltar mais três mil ruas em quatro anos
  • 3. Implantar oito Pronto-Socorros distritais
  • 4. Continuar a av. Orla do Rio Guamá e a Macrodrenagem da Bacia da Estrada Nova
  • 5. Conclusão da Nova av. Augusto Montenegro
  • Veja o programa de governo de Duciomar

O carro-chefe do seu governo foram os programas de saneamento e asfaltamento de ruas e a construção de conjuntos habitacionais. Outras obras de saneamento e assistência social, a exemplo da Nova Vila da Barca, que beneficiou 146 famílias com casas novas e geração de renda, também receberam destaque. Mas Duciomar também teve de amargar grandes crises, principalmente na área da saúde. Algo que ficou marcado foi a morte de um cidadão, diante das câmeras de uma televisão local, por falta de atendimento no posto de saúde. Em outra situação, o teto do Pronto Socorro Municipal desabou em cima de um paciente, episódio que o prefeito atribuiu a uma "sabotagem de cunho político".


O carro-chefe do seu governo foram os programas de saneamento e asfaltamento de ruas e conjuntos habitacionais, que ultrapassaram a marca de mil ruas asfaltadas. Outras obras de saneamento e assistência social a exemplo da Nova Vila da Barca, que beneficiou 146 famílias com casas novas e geração de renda, também receberam destaque. Mas Duciomar também teve que amargar grandes crises em seu governo, principalmente na área da saúde. Em um deles, um cidadão morreu diante das câmeras de uma televisão local por falta de atendimento no posto de saúde e em outro, o teto do Pronto Socorro Municipal desabou em cima de um paciente, episódio a que o prefeito atribuiu a uma sabotagem de cunho político. Também teve desgaste político com perueiros e ambulantes.


Por conta de fatores como esses, começou a campanha com índices de intenção de voto relativamente baixos nas pesquisas. Mas, com a proximidade do pleito e as constantes caminhadas ganhando corpo nas ruas, os ventos voltaram a soprar a favor de Duciomar Costa e ele foi para o segundo turno com 35% dos votos, em uma votação marcada por atrasos, panes técnicas e muitas abstenções. Tanto que o número de pessoas que não conseguiram votar no primeiro turno foi superior ao total de votos obtido pelo segundo colocado.


O vice prefeito

  • O vice de Duciomar, Anivaldo Vale, é bancário concursado, exerceu o cargo de superintendente do Banco do Brasil nos Estados do Acre, Pará, Amapá e Rio de Janeiro, integrou o Comitê de Orçamento e Planejamento do banco durante cinco anos pelas regiões Norte e Nordeste, e foi membro do Conselho Monetário Nacional. Em sua primeira eleição, em 1994, foi o terceiro deputado federal mais votado do Estado. Reelegeu-se por outros dois mandatos como o mais votado da sua coligação, a mesma que colocou no Executivo estadual os ex-governadores Almir Gabriel e Simão Jatene. Na Câmara integrou a Comissão de Orçamento e criou a Comissão da Amazônia e do Desenvolvimento Regional.

Entretanto, teve que rever sua estratégia de campanha. Na pesquisa do Ibobe divulgada no dia 11 de outubro, por exemplo, uma semana depois do primeiro turno, ele aparecia apenas três pontos percentuais à frente do peemedebista, com 46% das intenções de voto. Na segunda pesquisa, divulgada no dia 22, ele cresceu 11 pontos percentuais, enquanto Priante caiu para 39%.


Enquanto a prefeitura intensificava em obras, perceptíveis em vários cantos da cidade na reta final de governo, os gastos em publicidade de campanha não foram poucos. Foram mais de R$ 400 mil, conforme segunda prestação de contas parcial entregue em setembro à Justiça Eleitoral.


Além disso, a campanha colocou ampliou a equipe de campanha nas ruas, massificou seus jingles com carros-som e voltou aos debates mais ofensivo, adotando estratégia utilizada por Priante no primeiro turno: a tentativa de desestabilizar os adversários. Chegou inclusive, a passar um debate inteiro repetindo a mesma pergunta para Priante: quais seriam as propostas dele para saúde, ganhando assim maior tempo para apresentar suas propostas sobre os demais temas em cima das perguntas do concorrente.


Também teve algumas importantes conquistas na Justiça. Se no primeiro turno foi alvo de várias ações por irregularidades de campanha, no segundo, conseguiu reverter este quadro. Por duas vezes, o programa de Priante foi retirado do ar e nos debates também conseguiu um considerável número de pedido de respostas.


Eleito, Duciomar tem pela frente um grande desafio: dar continuidade às suas obras e conseguir tirar do papel projetos como Via Metrópole, Portal da Amazônia e a conclusão dos Prontos Socorros, tão propalados durante a campanha. "Belém merece dar continuidade a esses projetos. Belém é uma cidade bonita por si só. Já somos abençoados por nascer numa cidade como esta. Então, precisamos cuidar desta cidade com a paixão que ela merece. Não podemos colocar nisso interesses outros que não sejam os de melhorar cada vez mais a cidade. Por isso é que entendo que devo continuar", afirmou o gestor.


Isso se não decidir sair do cargo daqui a dois anos, em mais uma disputa eleitoral, desta vez, para voltar ao Senado. "Nem uma folha cai de uma árvore se não for da vontade de Deus. Costumo seguir os desígnios de Deus. Meu projeto hoje é entregar ao povo de Belém, que me deu tantas vitórias, essas obras. Se for preciso mais quatro anos para concluir essas obras, eu fico, sim", disse em entrevista durante a campanha.


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