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01/10/2008 - 11h40

Duciomar Costa, líder nas pesquisas em Belém, é alvo de ataques em debate

Irna Cavalcante
Especial para o UOL
Em Belém

No terceiro confronto televisivo entre os sete candidatos a prefeito de Belém, realizado na noite desta terça-feira pelo SBT, os cálculos matemáticos sobre orçamentos e indicadores sociais se sobrepuseram às ofensas pessoais, que vinham dando o tom dos demais encontros. A grande dificuldade, desta vez, para o eleitor, é saber quem de fato tinha a veracidade da informação.


Bem mais seguros que nos debates anteriores, os candidatos recorreram às contas para desqualificar o adversário. E o principal alvo, mais uma vez, foi o candidato à reeleição Duciomar Costa, que vem liderando as pesquisas na capital paraense.


Primeiro foi sobre os índices do Programa Família Saudável. Enquanto a candidata Marinor Brito (PSOL) e o Arnaldo Jordy (PPS) afirmavam veemente que a saúde está um caos e boa parte disso pela falta de ações preventivas, dentre elas a redução dos investimentos no Programa Família Saudável, iniciado na gestão de Edmílson Rodrigues (ex-PT e hoje PSol) em mais de 50% , Duciomar Costa rebatia que o mesmo programa foi ampliado em mais de 30% e que todas as unidades de saúde haviam sido reformadas e equipadas. Números questionados posteriormente também por José Priante (PMDB), que assegurou que nenhuma nova unidade de saúde foi criada durante o atual governo e que as já existentes estavam à míngua.


Aficcionado por contas, foi o candidato Jordy quem mais usou e abusou dos números. Destrinchou orçamento, lançou números sobre saúde, transporte, segurança e educação e principalmente fez as contas das propostas adversárias. Para Valéria, disse que não seria possível implementar o Bilhete Amigo para desempregado haja vista que existem na cidade, segundo estimativas do Dieese, mais de 100 mil pessoas nesta situação, o que segundo seus cálculos, comprometeria basicamente toda a capacidade de investimento do município, que hoje gira em torno de8 % do orçamento que é de 1,2 bilhão. Em resposta, a democrata contra-argumentou dizendo que o programa se refere apenas aos que receberam o seguro-desemprego o que seria o equivalente a pouco mais de R$600 mil /ano.


Para Priante avisou que, da mesma maneira, não seria possível adquirir mais de 100 carros para fazer ronda nos bairros já que o recurso comprometeria mais de R$8 milhões do orçamento. Mas em resposta ouviu dele que o valor não atingiria isso porque seriam feitas parcerias com os Governos, Federal e Estadual, para implantação do projeto.


Entretanto, foi sobre os índices aplicados na educação que mais geraram polêmicas. Mais uma vez foi lançada a acusação, por Jordy, de que Belém amarga hoje o terceiro pior índice do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB) do Brasil e que não foi investido nada do orçamento para Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em resposta, Duciomar disse que aos números não condiziam com a realidade já que o município tinha superado as metas do Ideb. "E sobre a EJA quero esclarecer que é impossível não investir nada já que temos metas legais a cumprir, mas fizemos mais do que isso, mais de 10 mil jovens foram qualificados", respondeu.


O discurso acirrou os ânimos de Jordy que na tréplica acusou o prefeito de mentiroso e lançou o desafio: "Vamos parar com esta história de quem está dizendo os números certos. Eu quero que o eleitor consulte o site do ministério da educação e veja quem de fato está de mentindo. E se eu estiver errado pode ter a certeza que eu renuncio minha candidatura, da mesma forma espero que o senhor faça o mesmo se tiver um pouco de vergonha na cara", disparou Jordy, lembrando que o orçamento elaborado pela prefeitura não previa investimentos para EJA e que os R$150 mil previstos foi feito através de emenda parlamentar.


A acusação deu direito de resposta à Duciomar no início do quinto bloco, quando ele reiterou que foram investidos mais de R$2 milhões em educação e que as metas do Ideb foram cumpridas.


Marinor também convocou a população para acessar a prestação de contas do prefeito que tramita na Câmara, em que não consta a prestação devida dos recursos adquiridos via convênio com Dubai para o programa Semente do Amanhã, descontinuados na atual gestão.


Mário Cardoso também usou dos números para falar de educação. Ele elencou que são mais de 76 mil estudantes na rede pública municipal, 2,5 mil professores e mais de 100 mil crianças fora da escola. Tudo isso para abrir espaço para anunciar que 250 mil crianças que seriam beneficiadas pelo seu projeto Escola esperança para meninos de rua. Para atingir Valéria, que faz parte do partido político que por doze anos governou o Estado, ele perguntou à Marinor sobre a redução de mais de R$500 mil no repasse feito pelo Estado ao município de Belém durante a gestão petista. Mas a resposta, ainda que soasse ensaiada já que ambos eram do mesmo partido à época desta redução, não saiu como o esperado. Marinor disse que o PT hoje é tão direita quanto qualquer outro partido e que os investimentos que poderiam ter sido devolvidos não o foram pela atual governadora Ana Jùlia (PT).


Enquanto Valéria frisava com ênfase que foram criados cinco hospitais regionais na área da saúde enquanto estava frente da Secretaria de Proteção Social , o petista falava que não passou de um. Já Priante acusou o partido de Valéria de não ter aumento nos últimos doze anos o efetivo da polícia. Mas foi desmentido por João Moraes (PSL) que já foi delegado-geral, que informou tanto na gestão anterior quanto nessa foram feitos concursos públicos.


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