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29/09/2008 - 00h24

Candidato do PSL protagoniza momentos mais descontraídos no debate em Belém

Irna Cavalcante
Especial para UOL
Em Belém

Com o orçamento mais modesto dentre todos os candidatos, de apenas R$1,4 mil, João Moraes (PSL) protagoniza os momentos mais descontraídos do debate promovido pela Record em Belém. E não perdeu as oportunidades que teve de ridicularizar seus adversários.


Visivelmente contrariado de não poder usar sua camisa de campanha que exibia em letras garrafais o seu número nas urnas, João Moraes apareceu no debate com uma faixa preta amarrada no braço em protesto e um adesivo com o nº 17 na lapela do blazer. Advertido no final do primeiro bloco sobre o procedimento, ele retornou no segundo bloco, na hora de responder às perguntas dos jornalistas, com o mesmo adesivo colado no copo de água que estava disposto na mesa. E por várias vezes tomou água ao longo da sua fala sobre o que fazer para geração de emprego e renda, colocando em evidência o número em questão.


"Eu não tenho recursos para fazer uma grande campanha, mas vou fazer com que a geração de emprego e renda circule nos bairros, e não vou ficar proibindo as pessoas de externar suas ações através de um simples número", levantando a taça adesivada mais uma vez.


Novamente foi advertido pela direção do debate para que não usasse o adesivo, o que só fez acirrar ainda mais sua fúria em relação aos concorrentes. Sua principal vítima foi Mário Cardoso do PT, candidato com quem mais polarizou debates. Ao treplicar a proposição do petista sobre projeto de criação de novas bolsas sociais para geração de renda, a exemplo do Pró-Jovem, do governo federal e do Bolsa Trabalho, do Governo estadual, Moraes disparou que a idéia só fez aumentar o número de pedintes nos semáforos, fazendo referência ao projeto Escola Circo, implantado pela antiga administração petista no município.


"Você diz que esta tua idéia de criar uma bolsa para 5 mil pessoas vai resolver o problema, mas não vai. O máximo que vocês conseguiram foi encher de malabaristas no trânsito. Além disso, Belém é preciso gerar emprego para mais de 500 mil pessoas e não para meia dúzia. È preciso pensar Belém por inteiro", disse.


Depois, em um novo encontro com Cardoso acusou o adversário de ter lhe roubado a idéia de criar subprefeituras nos bairros. "Com tanto dinheiro de campanha, o senhor ainda vem quere copiar meu programa de Governo em entrevista ao jornal O Liberal?", ironizou.


O petista respondeu que havia sido um equívoco na hora da publicação sobre a sua proposta de descentralização administrativa, mas teve que amargar mais uma alfinetada na tréplica. "Não foi erro porque chequei, mas a diferença é que sua cópia era ridícula", disparou.


Por várias vezes Moraes se disse que estava envergonhado de participar de um debate em que os candidatos só trocavam acusações e não propostas, mas também não perdeu a oportunidade de alfinetar o atual gestor. Ao elaborar uma pergunta sobre as propostas de investimentos na passagem São Clemente, aproveitou seus últimos segundos para dizer à Jordy (PPS): "Candidato Jordy entregar a fita à Justiça não é crime", alfinetou Moraes, fazendo referência às acusações feitas pelo candidato do PPS de que tinha fitas com reportagens que incriminavam o atual gestor por improbidade administrativa.


Também ridicularizou Duciomar por ele não ter dado a exata localização da passagem São Clemente. "Eu juro que eu esperava que o senhor pelo menos conhecesse Belém, mas nem isso o senhor sabe", disse pouco antes de tecer um histórico sobre a passagem.


Com linguagem simples, direta e cheia de ironia, Moraes aproveitou seus últimos minutos nas considerações finais para enfim soltar toda sua indignação sobre aquilo que classificou de capitalismo selvagem. Também por diversas vezes repetia o número 17 quase como uma vírgula de suas falas: "Estou aqui com esta faixa preta no braço porque a assessoria jurídica dos seis candidatos me proibiu de usar minha camisa com o número 17, um dos poucos recursos que tenho para ter espaço na mídia. Neste cenário de grandes campanhas, meu assessor foi engolido e teve que meter goela abaixo esta proibição. Enquanto isso, eles ficam aqui se atacando ao invés de apresentar propostas. A culpa é do capitalismo selvagem, este poder vergonhoso que acaba com todos nós", afirmou Moraes.



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