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30/07/2008 - 17h10

Candidatos a prefeito discutem alternativas ao trânsito de Belém

Irna Cavalcante
Especial para o UOL
Em Belém
Em Belém, um dos graves problemas que a população tem de enfrentar todos os dias para realizar suas atividades é o trânsito e o transporte. E implementar soluções para este caos é um dos principais desafios assumidos pelos candidatos que aspiram à vaga de Chefe do Executivo Municipal no próximo pleito.

A tarefa não será nada fácil, afinal são mais de 220 mil veículos e 1.880 ônibus circulando nas ruas. E uma projeção de mais 60 mil novos carros no próximo ano, segundo o Denatran. E um dos grandes entraves é que praticamente todo o trânsito de Belém converge para o centro da cidade, onde boa parte das ruas é estreita, mal sinalizada e sem maiores possibilidades de saída pelas adjacências. Lá estão situados pontos turísticos consagrados como o Ver-o Peso e o centro histórico, mas também o sistema bancário, o centro comercial, muitos órgãos públicos, como Prefeitura, Ministério Público, Assembléia Legislativa e também parte do Tribunal de Justiça do Estado.

Os principais corredores de tráfego da cidade, a exemplo da Avenida Almirante Barroso, também têm poucas possibilidades de fuga, logo, os congestionamentos são constantes. Na periferia, os problemas se repetem. Se antes uma viagem do distrito de Icoaraci até Belém durava cerca de uma hora, hoje o mesmo percurso não é vencido em menos do que uma hora e meia.

No programa de governo da maior parte dos atuais candidatos a prefeito de Belém, estão promessas há muito são ventiladas como alternativa para o trânsito, mas que nunca foram levadas adiante pelo Executivo Municipal. Dentre elas, a instalação do projeto atualmente denominado de Via Metrópole, que deriva do Plano Diretor Urbano de Belém, elaborado na década de 80, e prevê medidas de infra-estrutura, construção de ciclovias em vias estruturais, como Augusto Montenegro e BR-316, e também alterações no sistema de transporte, que passará a ser integrado, o que diminuiria a quantidade de ônibus circulando no centro e aumentaria o serviço onde ele é mais deficitário, nas periferias.

O ordenamento racional do número de veículos que trafegam na cidade através do consórcio do transporte público também está incluído no bolsão de apostas entre os prefeituráveis. A idéia seria dividir as 100 linhas da cidade em vinte sub-bacias e fazer uma licitação, em que as empresas poderiam se consorciar e comprar o mínimo de um lote (uma sub-bacia) de cinco linhas. O projeto permitiria racionalizar os horários, garantir regularidade nas saídas e dividir a receita de acordo com a quantidade de ônibus e viagens de cada empresa consorciada para o perímetro. Além disso, seria implementada a Câmara de Compensação Tarifária, que ajudaria financiar o transporte público.

"Temos que reconhecer que o transporte ainda é deficitário na nossa cidade, mas muito já foi feito. Concluímos a duplicação da Avenida Duque de Caxias, o sistema binário da Senador Lemos e Pedro Álvares Cabral, e só não fizemos o consórcio por razões judiciais, mas esperamos concluir este projeto no próximo mandato se for eleito", afirmou o atual gestor, que tenta reeleição, Duciomar Costa (PTB).

Para o candidato do PPS, Arnaldo Jordy, além de tirar estes projetos do papel, uma das prioridades é tornar o preço da passagem de ônibus mais acessível para o usuário. "Apesar de ser uma das mais baratas do país, a tarifa não corresponde ao poder aquisitivo da população. Hoje o transporte representa 24% da renda de um assalariado. É preciso racionalizar melhor a tarifa, de forma que não penalize tanto o cidadão", afirmou Jordy, propondo entre outras medidas também, a adoção de um sistema de metrô de superfície para ajudar a desafogar o trânsito. Ele não poupou críticas ao atual gestor. "Ele tinha tudo para ter feito muita coisa por esta cidade e não o fez por pura irresponsabilidade", alfinetou.

Quem também alvejou de críticas a administração municipal foi a candidata Marinor Brito (PSOL). Para ela, faltou bom senso e vontade política para se fazer as mudanças necessárias para melhorar o trânsito de Belém. "Não houve nenhuma ação realmente relevante nesta gestão. É preciso pensar melhor o transporte desta cidade. É preciso dar condições para que as empresas possam desonerar a tarifa, como a redução do ICMS, mas também cobrar melhorias", disse.

Marinor também defendeu a regularização do transporte alternativo - que apesar de ser clandestino é responsável hoje pelo transporte de aproximadamente 130 mil usuários - desde que sejam adotados com critérios. "A idéia é que eles atendam as áreas onde a frota é reduzida", disse Marinor, defendendo também a discussão de medidas em parcerias com os demais municípios que compõem a região metropolitana de Belém.

O delegado João Moraes (PSL) propõe a criação de um anel viário como solução para trafegabilidade no trânsito de Belém. Desta forma, os ônibus, motos e alternativos circulares de bairros atuariam de forma interligada a este anel. Ele também propõe em seu plano de governo a construção de uma ponte entre o distrito de Outeiro à ilha do Mosqueiro.

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