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27/10/2008 - 14h51

Eleição de Belinati, em Londrina, pode ser anulada pelo TSE

Marcus Vinicius Gomes
Especial para o UOL Notícias
Em Curitiba

Atualizada às 19h45
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decide nesta segunda-feira (27), em sessão marcada para as 19 horas, a elegibilidade de Antônio Belinati (PP), eleito prefeito pela quarta vez do município de Londrina, no interior do Paraná.

Único candidato a prefeito do estado incluído na lista de "fichas sujas" divulgada pela AMB (Associação de Magistrados Brasileiros), Belinati teve o seu registro de candidatura impugnado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, em setembro, após acatada denúncia do Ministério Público Eleitoral de que as contas do ex-prefeito e hoje deputado estadual foram rejeitadas pelo TC-PR (Tribunal de Contas do Estado) durante sua última administração. Belinati recorreu ao TSE.

O pepista venceu o segundo turno das eleições em Londrina, no domingo (26), com 51,7% dos votos válidos ante 48,2% do deputado federal tucano Luiz Carlos Hauly, que disputou as eleições no município pela quarta vez e de novo não conheceu a vitória. Contabilizado o resultado das urnas, Belinati saiu vencedor por uma diferença de 9.301 votos.

Nesta segunda-feira (27), após desembarcar de um ônibus que o trouxe de Londrina para Curitiba, onde participa nesta tarde de sessão da Assembléia Legislativa, Belinati disse ter garantias de que o resultado das urnas será respeitado pelo TSE e afirmou não acreditar em uma decisão no "tapetão". "O Tribunal Superior Eleitoral já sinalizou através de alguns de seus ministros pela legalidade da minha candidatura. Não creio que serei surpreendido por uma decisão que vai contra a vontade da maioria do povo londrinense", afirmou.

Belinati anunciou ainda a sua "aposentadoria política" tão logo complete o mandato de prefeito em 2012. "Encerro assim uma carreira de 11 vitórias e 44 anos de vida pública", disse ele referindo-se ao mandatos de vereador, prefeito, deputado estadual e federal cumpridos ao longo desse período.

Questionado sobre a eleição apertada no segundo turno, Belinati discordou e disse que a diferença de pouco mais de 9 mil votos para o seu adversário foi "confortável". "Imagine nove mil pessoas saindo do teatro. É gente pra caramba", argumentou.

Sobre o fato de governar uma cidade dividida, Belinati apelou para a metáfora futebolística. "Sou um técnico de futebol. Se o time for mal, sou vaiado, xingam minha mãe. Se for bem, saio como herói. Tudo depende de como irei administrar a cidade".

Belinati informou ainda que cumpre o seu mandato de deputado até dezembro e brincou com o fato de ter medo de avião (ele viajou de Londrina para Curitiba de ônibus). "É melhor, posso tomar água gelada e ler uma revistinha".

Mandato cassado

Em 2000, Belinati teve o mandato cassado pela Câmara Municipal de Londrina, sob a acusação de desviar R$ 100 milhões dos cofres municipais e de usar indevidamente recursos públicos para sua promoção pessoal. Ainda assim, conseguiu anular a suspensão dos seus direitos políticos e disputou a prefeitura de Londrina, em 2004, chegando ao segundo turno com o candidato à reeleição Nedson Micheletti, do PT.

A decisão do TSE sobre a impugnação da candidatura de Belinati foi rejeitada pelo relator do processo, ministro Marcelo Ribeiro, em 6 de outubro - um dia após a eleição de primeiro turno, também vencida pelo candidato do PP. Em decisão monocrática, Ribeiro entendeu que a reprovação das contas de Belinati deveria ser objeto de decisão judicial e não administrativa (natureza da apreciação do TC).

O recurso foi adiado para a semana anterior ao segundo turno e, de novo, para esta segunda-feira (27), depois que o presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, pediu vista do processo.

Derrotado nas eleições, o tucano Luiz Carlos Hauly defendeu a posse de Belinati na prefeitura de Londrina, após acusar a omissão do TSE no caso. "O que o TSE não fez, o povo fez. Que ele (Belinati) tenha aprendido e não aja como das vezes anteriores, quando quebrou a cidade por três vezes. É um 'ficha-suja' que terá a oportunidade de se corrigir", declarou o tucano.

PP fortalecido

A vitória de Belinati, se confirmada pelo TSE, amplia a influência do PP - partido do prefeito - nas regiões norte e oeste do Estado. O partido que é comandado no estado pelo deputado federal Ricardo Barros, vice-líder do governo Lula na Câmara Federal, amealhou ainda as prefeituras de Toledo e a de Maringá, onde Silvio Barros (irmão do deputado federal) obteve a reeleição.

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