A conclusão do segundo turno das eleições municipais revela um quadro político no país ainda mais interessante, além de "lições a serem aprendidas" pelos governantes, na avaliação do cientista político da Universidade de Brasília (UnB) João Paulo Peixoto.

"Nas capitais, a vitória foi de partidos oposicionistas e de alguns da base do governo mas, sem dúvida nenhuma, há uma nova configuração política. A corrida para 2010 já começou. O resultado dessas eleições nos dará o novo mapa político do Brasil e, a partir de agora, os partidos e os prováveis candidatos vão ter que repensar suas alianças e estratégias. Em 2010, vamos ter uma disputa novamente bastante interessante."

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, ele avaliou que o PT teve "uma expectativa frustrada" de vitória em várias capitais, mas reforçou que a conquista do pleito em municípios importantes reforça a liderança e o caráter sindicalista do partido.

Já em São Paulo, a vitória de Gilberto Kassab (DEM), na opinião de Peixoto, representa uma mudança importante nas previsões de cenário para a disputa presidencial em 2010, não apenas porque o Democratas alcançou o quarto melhor desempenho em prefeituras de todo o país, mas porque venceu no mais importante colégio eleitoral brasileiro. "Essa aliança entre Democratas e PSDB deu um novo gás para as eleições presidenciais", disse.

"Está em jogo a posição ideológica de um determinado governo e evidentemente isso tem um impacto na cena internacional. O Brasil é um país muito importante na América Latina e no Hemisfério Sul, é uma economia poderosa, um país de quase 200 milhões de habitantes e certamente nenhuma outra nação pode negligenciar o rumo político que o Brasil venha a tomar", acrescentou.

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