Custódio Mattos (PSDB) é o novo prefeito de Juiz de Fora (a 255 quilômetros de Belo Horizonte), o quarto maior colégio eleitoral do Estado de Minas Gerais, com 368 mil eleitores, ao derrotar no segundo turno a candidata Margarida Salomão (PT), que foi apoiada por lideranças nacionais do partido.

Mattos conseguiu reverter a vantagem da petista, que liderou pesquisas de intenção de voto feitas durante a campanha do segundo turno e chegou à frente do tucano no primeiro turno. Com 100% dos votos apurados, Custódio alcançou 148.137 votos, contra 137.719 votos de sua adversária.

A luta para consolidar a segunda posição e garantir vaga no segundo turno havia se acirrado entre dois ex-prefeitos da cidade, Custódio Mattos (ex-secretário de Estado do governo Aécio Neves) e Tarcísio Delgado (PMDB), ambos com empate técnico (17%), segundo pesquisa divulgada pelo Ibope no final do mês de setembro. Mattos derrotou Delgado ao conseguir 28,23% dos votos válidos contra 20,75% do peemedebista.

A petista Margarida Salomão, ex-reitora da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), se candidatou pela primeira vez ao cargo de prefeita pela coligação PT/PC do B e, durante a campanha, recebeu apoio de lideranças nacionais do PT, como os ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Ricardo Berzoini (presidente do PT), além de Fernando Pimentel (prefeito de Belo Horizonte). A estratégia deu certo e a ex-reitora passou a figurar na primeira colocação.

Efeito Alberto Bejani

A campanha deste ano na cidade foi marcada pela renúncia em junho deste ano do então prefeito Alberto Bejani (PDT), que foi acusado pela PF (Polícia Federal) de participação em esquema de desvio de recursos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), durante investigações das operações "Pasárgada" e "De Volta para Pasárgada".

O PT foi criticado por adversários durante a campanha do primeiro turno por ter apoiado o ex-prefeito Alberto Bejani (PDT), que renunciou para não perder os direitos políticos.

Alberto Bejani era cotado para tentar a reeleição em Juiz de Fora e ao deixar o posto majoritário remodelou a disputa desta eleição na cidade. Tarcísio Delgado (PMDB) e Custódio Mattos (PSDB) se lançaram candidatos após Bejani sair da cena política do município.

Ao ser solto por meio de habeas corpus, após passar quase dois meses detido por causa de investigação da operação "De Volta para Pasárgada", na penitenciária Nelson Hungria (região metropolitana de Belo Horizonte), Bejani anunciou que iria apoiar o candidato que tivesse o melhor programa de governo, o que, à época, causou desconforto entre os candidatos.

Aécio e Pimentel

Unidos em Belo Horizonte, Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) divergiram quando o assunto foi a cidade de Juiz de Fora. No quarto maior colégio eleitoral de Minas Gerais, o governador centrou seu apoio ao candidato tucano, Custódio Mattos.

Já Pimentel reforçou o time de petistas ilustres que desfilou ao lado da candidata Margarida Salomão, ex-reitora da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) durante a sua campanha.

PMDB

Tarcísio Delgado (PMDB) comandou a prefeitura em três oportunidades. Já exerceu mandatos de verador em Juiz de Fora, além dos mandatos de deputado estadual e federal. Após ter ficado fora da disputa do segundo turno, Delgado afirmou que se retiraria do cenário político e deixaria a cargo do partido a escolha sobre possíveis acordos na segunda fase da eleição no município.

O deputado federal Júlio Delgado (PSB), filho do peemedebista, anunciou apoio a Custódio Mattos (PSDB), mas não ficou claro se o pai endossou a posição do filho parlamentar, a quem o ex-prefeito havia incumbido de manter entendimento com o PMDB com vistas ao segundo turno.

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