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24/10/2008 - 17h12

Às vésperas da eleição, flagrantes de infidelidade partidária no Rio

Thyago Mathias
Especial para o UOL Eleições
Do Rio de Janeiro
Como no primeiro turno, flagrantes de infidelidade explícita marcaram a última semana de campanha pela Prefeitura do Rio. Embora sejam membros de partidos comprometidos com a candidatura de Fernando Gabeira (PV), os vereadores Luiz Carlos Ramos (PSDB) e Silvia Pontes (DEM), que não se reelegeram, subiram no palanque de Eduardo Paes (PMDB), durante ato no Centro do Rio, nesta quinta-feira (23). Na quarta (22), foi o deputado estadual Pedro Paulo (PSDB) quem traiu a determinação do partido, que indicou o vice na chapa do PV.

Na comemoração pela subida nas pesquisas que o PMDB promoveu junto com entidades estudantis, em um restaurante da zona sul, nesta quarta-feira (22), o deputado apareceu pouco depois de Paes e manteve-se anônimo, em conversa com a candidata derrotada do PCdoB, Jandira Feghali. Flagrado pelo UOL Eleições, Pedro Paulo deixou o restaurante ao ver a aproximação de fotógrafos e se negou a dar declarações.

A assessoria de Gabeira e o candidato a vice-prefeito Luiz Paulo, que preside o Diretório Regional do PSDB, evitaram polemizar a situação. O partido já havia advertido Pedro Paulo e Carlos Ramos, no ano passado, quando foram ameaçados de expulsão. Eles pretendiam trocar de partido, seguindo Paes, que foi do PSDB para o PMDB, mas desistiram diante da decisão do Supremo Tribunal Federal de que os mandatos pertencem aos partidos políticos.

Pedro Paulo foi chefe de gabinete de Paes na Câmara Municipal do Rio e também na Câmara dos Deputados. Ainda no início da campanha, em 24 de agosto, o deputado foi visto junto com o deputado André do PV em uma caminhada do peemedebista, no Aterro do Flamengo. Quando viram a chegada da imprensa, os dois procuraram se afastar do peemedebista e alegaram ser coincidência o encontro com Paes, mas, depois, deram versões divergentes para a presença no parque.

Luiz Carlos Ramos, que obteve 17,6 mil votos, chegou a ser punido com a exclusão dos programas de rádio e TV do partido, na recente campanha para vereador, pela infidelidade.

Se o PSDB não quis discutir eventuais punições aos dois políticos, o candidato do PMDB, por outro lado, desprezou a questão:

"Todas as lideranças políticas que quiserem apoiar nossa candidatura são bem-vindas. Existem lideranças do PSDB e do DEM apoiando nossa candidatura. Eu disse que o único apoio que eu não queria era do prefeito Cesar Maia", declarou Paes, durante a caminhada desta quinta-feira.

Quando formalizou o apoio ao PV, o DEM apenas recomendou que eleitores e filiados votassem em Gabeira, mas o deputado federal Rodrigo Maia, presidente nacional do partido, afirmou que a Executiva não iria monitorar os filiados para verificar o cumprimento da recomendação. Por isso, Silvia Pontes, que sequer figura entre os primeiros suplentes da próxima legislatura na Câmara, não deve sofrer sanções.

Campanha de Paes também tem dissidentes



Na mesmo dia, o candidato do PV encontrou-se com lideranças dissidentes do PDT, partido que concorreu com Paulo Ramos no primeiro turno e oficializou apoio a Paes. No local conhecido como "Brizolândia", pelas manifestações políticas dos anos 1980, a deputada estadual Sheila Gama e o ex-deputado José Maurício Linhares manifestaram-se em apoio a Gabeira. O prefeito eleito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, e o deputado federal Miro Teixeira foram outros pedetistas que já haviam aderido à candidatura do PV.

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