A expectativa inicial era de que as eleições presidenciais de 2010 fossem uma réplica da polarização de dois partidos verificada em 2006. Mas, diante da indefinição do candidato oficial do PT e da possibilidade de dois candidatos do PSDB, o pleito permanece uma incógnita. A avaliação é do cientista político Valeriano Mendes, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Em entrevista nesta sexta-feira (24) ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, ele destacou que o mistério em torno dos bastidores das eleições presidenciais abre caminho para que outros partidos arrisquem uma candidatura em 2010.
Com as eleições municipais de 2008, a grande novidade é a ascensão do PMDB, segundo o especialista. De acordo com Mendes, o partido sai fortalecido em âmbito local, mas não como uma sigla capaz de concorrer à Presidência em 2010. "É um partido muito dividido e que dificilmente consegue chegar a um consenso sobre um nome forte para competir", ressalta o professor, ao avaliar que o PMDB simboliza uma espécie de "paradoxo político" por ser o maior partido do país, mas sem unidade suficiente.
Ao fazer um balanço do pleito deste ano, ele lembrou que o PT confirmou um pouco de sua força, pela vinculação de candidatos a prefeito e vereador ao governo e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já em relação à oposição, ele acredita que, com as definições das eleições municipais de 2008, o Democratas também terá que buscar alianças. "É um partido parecido com o PMDB: tem grande base territorial, mas não tem força para competir nacionalmente à Presidência. Terá que compor com outros partidos que tenham candidatos fortes, como é o PSDB", observa Mendes.
*Com Agência Brasil